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Covas assina protocolos para retorno do setor cultural

Museus, teatros e cinemas poderão voltar apenas na fase verde do plano de reabertura; representantes do cinema alertam que 30% das salas do Brasil podem fechar definitivamente

24 set 2020 - 16h35
(atualizado às 16h55)
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O prefeito Bruno Covas assinou nesta quinta-feira, 24, os protocolos setoriais de cultura para o plano de retomadas conscientes de São Paulo. A cerimônia contou com representantes de diversas entidades culturais, além do presidente da Câmara, Eduardo Tuma, e o secretário de Cultura de São Paulo, Hugo Possolo.

O prefeito Bruno Covas durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo (SP)
O prefeito Bruno Covas durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo (SP)
Foto: Newton Menezes / Futura Press

De acordo com os parâmetros de reabertura, que já haviam sido definidos anteriormente, museus, salas de cinema, teatros, casas de espetáculos e outros equipamentos culturais retornarão às atividades presenciais somente na fase verde do Plano São Paulo, que regulamenta a quarentena em todo o estado.

"Esse protocolo de flexibilização só é possível porque partiu de vocês [setor cultural] dialogar com a Prefeitura de São Paulo", afirmou o prefeito Bruno Covas em cerimônia transmitida à imprensa pela internet. "Muito mais do que ter a Prefeitura dizendo o que se deve ou não fazer, parte do segredo tem sido ouvir cada setor dizer quais regras de proteção devem ser adotadas", acrescentou Covas.

"É importante nesse momento de flexibilização lembrar as pessoas que ainda não é a comemoração do fim da pandemia, ainda não é o momento de retomar o nosso dia a dia", alertou ainda o prefeito.

A próxima reclassificação do Plano São Paulo será no dia 9 de outubro, quando a capital paulista poderá ou não avançar da fase amarela para a fase verde, abrindo assim os equipamentos culturais ao público.

30% das salas de cinema do Brasil podem fechar sem reabertura

Um terço das 3.507 salas de cinema do Brasil correm o risco de fechar definitivamente, levando o parque exibidor do País ao patamar dos anos 1960, se não houver uma reabertura parcial. É o que afirmam Ricardo Leite Difini, presidente da Feneec (Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema) e Caio Silva, diretor da Abraplex (Associação Brasileira de Multiplex), por meio de nota enviada ao Estadão.

No comunicado, as entidades questionam a relutância do poder público para autorizar a reabertura das salas de cinema ao passo em que outros serviços de maior risco de transmissão de covid-19, como bares, restaurantes, igrejas e academias estão atualmente em funcionamento.

Ainda segundo Difini e Silva, houve queda de 75% no faturamento dos cinemas de 2020 para 2019, com perdas de mais de R$ 2 bilhões, mas a indústria ainda é responsável por cerca de 40 mil empregos diretos no País, sendo que por volta de 65% dos cinemas do mundo estão abertos com restrições.

"Em 2019, os cinemas da cidade de São Paulo foram responsáveis por 23,5% do total da receita do país. Nenhum estúdio irá agendar a estreia de um grande filme no Brasil sem que os cinemas daqui estejam abertos. Sem São Paulo, não há estreias e os cinemas das outras cidades, mesmo que autorizados a funcionar, só terão filmes antigos ou muito pequenos para exibir", argumentam as entidades no texto.

Estadão
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