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Governo Bolsonaro chega ao sexto secretário de Cultura

31 mar 2022 - 18h47
(atualizado às 18h59)
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Foto: Instagram/Helio Ferraz de Oliveira / Pipoca Moderna

Mario Frias não é mais secretário especial de Cultura. O ex-"Malhação" não foi demitido após as muitas polêmicas de sua passagem pelo cargo, apenas se exonerou para tentar se eleger como deputado federal por São Paulo, onde nunca morou.

Em seu lugar, entrou Hélio Ferraz de Oliveira, que assim se torna o sexto secretário de Cultura em três anos de governo Bolsonaro, sem contar dois secretários interinos. O primeiro se demitiu e os demais, à exceção de Frias, foram demitidos.

Militar da reserva e advogado especializado em Direito de Família e Sucessões, as maiores credenciais de Hélio Ferraz para ocupar o atual cargo são ser amigo de Mario Frias.

Em 2019, ele foi coprodutor do programa de TV "A Melhor Viagem", que Frias apresentava com baixíssima audiência na RedeTV!. Quando assumiu o cargo que tinha sido de Regina Duarte, o ator-apresentador convidou Ferraz para ser o seu secretário-adjunto na pasta — ou o seu "número 2", como já afirmou - e um dos responsáveis pela política audiovisual do Brasil.

Antes de se tornar o "número 2" da Cultura, Ferraz era praticamente desconhecido no meio cultural. Mesmo tendo prestado serviços jurídicos para a gravadora EMI, ele se especializou nas áreas do Direito Civil, Empresarial, Família e Sucessões e Direito do Trabalho em seu próprio escritório de advogados.

Sem maior currículo, ele agora foi promovido por Bolsonaro a "número 1" da Cultura do Brasil.

Mas mesmo quem não o conhecia antes de se tornar responsável pelos rumos da política cultural para o cinema e TV brasileiros, logo passou a conhecê-lo por motivos alheios à pasta, graças a uma foto que viralizou no Instagram que o registrava ao lado de Frias e outros representantes do governo Bolsonaro, todos armados com metralhadoras.

Seu principal ato no governo foi encabeçar a "comissão" que tomou as chaves na sede da Cinemateca, no bairro Vila Clementino, em São Paulo, após chegar ao local escoltado pela Polícia Federal - de forma "ostensiva", segundo funcionários do local.

Onze meses depois, o acervo da Cinemateca pegou fogo, após a secretaria ignorar diversos avisos de ex-funcionários sobre abandono e falta de manutenção adequada. O responsável pela política audiovisual afirmou não ter havido descaso.

Hélio Ferraz também virou notícia ao servir de companheiro a Mario Frias na polêmica viagem a Nova York do fim do ano passado, que teve seu caráter de "urgência" justificado no Portal da Transparência por servir a reuniões com um agente de turismo e um ex-lutador de jiu-jitsu "para apresentarem um projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte". Os dois gastaram mais de R$ 80 mil no passeio, com tudo pago pelos contribuintes.

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