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Com nova decisão do TJ, fiscais da prefeitura voltam à Bienal do Rio para 'checar' livros

Antes de iniciar busca por conteúdo considerado impróprio, agentes se reuniram com organizadores do evento

7 set 2019 - 19h34
(atualizado às 23h37)
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RIO - Um dia após a fiscalização que não conseguiu localizar livros com conteúdo impróprio para crianças e adolescentes na Bienal do Livro do Rio, fiscais da secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) voltaram ao evento neste sábado, 7, mas não chegaram a visitar os estandes. Quando chegaram ao evento, às 18h15, os agentes se reuniram com organizadores da Bienal e, segundo a assessoria, às 21h37 a conversa continuava.

A ação ocorreu horas depois de a Justiça suspender decisão desta sexta-feira, 6, que proibia a prefeitura de realizar busca e apreensão de livros com conteúdo considerado impróprio para crianças e adolescentes.

A Bienal chegou a combinar com os agentes que eles fariam a fiscalização à paisana, para não chamar a atenção dos frequentadores do evento, segundo a assessoria, mas a tarefa acabou não sendo cumprida.

Um beijaço que estava previsto em protesto contra a fiscalização e o risco de apreensão de livros acabou não ocorrendo - embora anunciado, o ato não teve adeptos. Um outro protesto reuniu autores e apoiadores que caminharam pelos estandes aos gritos contra o que classificaram como censura.

Carregando livros com temática LGBT, o grupo circulou pelos corredores da Bienal gritando palavras de ordem como "não vai ter censura". Em dado momento, próximo ao local onde fiscais da prefeitura permaneciam em reunião com organizadores da Bienal, um casal de homens se beijou na boca.

O grupo também declamou o artigo da Constituição Federal que proíbe a censura, além de versos da oração de São Francisco.

O ato se estendeu das 20h15 até por volta das 21h30.

A escritora Thati Machado, que também é editora e na Bienal atua em um estande especializado em livros com temática LGBT, levou um susto quando chegou ao evento, na sexta-feira, 6: "Ainda não sabia da ordem do Crivella, e vi todos os livros lacrados. Só depois entendi a razão. É um retrocesso, mas estamos reagindo", afirmou.

Coordenação da Diversidade

A prefeitura do Rio envolveu-se em outra polêmica com a organização da Bienal do Livro neste sábado. A Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, órgão da prefeitura, emitiu nota afirmando que uma visita oficial do coordenador do órgão, Nélio Georgini, que estaria prevista para este domingo, 8, foi vetada pela organização do evento. Alegou ainda que, em protesto, servidores do órgão farão uma visita ao evento de forma extraoficial.

Em nota, a direção da Bienal do Livro informou não ter recebido nenhum pedido para visita da comitiva da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual. "O festival está de portas abertas para as autoridades", ressalta a Bienal.

Estadão
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