Conheça os mitos que cercam Evita Perón, ícone argentino que inspirou musical
De atriz de radionovela, Evita se tornou líder política e primeira-dama da Argentina
Para os ricos e poderosos, aquela morena de baixa estatura não passava de uma atriz de segunda linha, dentuça e alpinista social; para os pobres e descamisados, porém, a mulher, agora loira, era uma verdadeira diva por saber tocar os sentimentos mais dolorosos das pessoas. Santa ou oportunista, a trajetória de Maria Eva Duarte Perón (1919-1952), mais conhecida como Evita, foi curta, mas fulminante: de atriz de radionovela, ela se tornou líder política e primeira-dama da Argentina, tecendo para si mesmo uma crisálida de beleza, que incubou a rainha do povo. As desventuras de uma das mulheres mais famosas do século 20 é tema do musical Evita Open Air, que estreia no dia 8, em uma estrutura montada no Parque Villa-Lobos.
Conheça curiosidades sobre a trajetória de Evita, marcada por mitos e fatos:
Nascimento
Evita dizia ter nascido no dia 7 de maio de 1922, mas, a partir dos anos 1970, historiadores descobriram que ela nasceu, de fato, em 7 de maio de 1919.
Morte
A "passagem à imortalidade de Eva Perón" (expressão usada pelos peronistas para se referir à morte de Evita) aconteceu no dia 26 de julho de 1952, às 20h25.
Com a queda de Juan Domingo Perón em 1955, o corpo de Evita é sequestrado pelos militares, peregrinando por vários lugares do exército e a casa de oficiais.
Em 1957, o corpo é enterrado no Cemitério Maior, em Milão, com o nome de Maria Maggi de Magistiris.
Em 1971, o corpo é exumado no dia 1º de setembro - dois dias depois, o caixão chega em Madrid, ficando na casa de Perón.
O corpo de Evita chega em Buenos Aires em 1974, quando foi colocado em uma sala na residência presidencial de Olivos, ao lado do corpo de Perón.
A separação aconteceu dois anos depois, quando o general Jorge Videla derrubou Isabelita Perón (que assumiu a presidência após a morte do marido). O corpo de Evita é enviado ao cemitério da Recoleta.
Mitos
Evita normalmente é apontada como vinda da miséria. Na verdade, sua mãe tinha um pensionato na cidade de Junín e eram integrantes de uma austera classe média.
Aos 15 anos, Evita rumou para Buenos Aires, mas não foi acompanhada do cantor Agustín Magaldi, de quem não era amante - eles nem se conheceram. A jovem viajou com a mãe e foi morar com seu irmão mais velho, Juan.
Evita também não foi uma líder revolucionária para libertar seu então namorado Juan Domingo Perón da prisão. Ela voltou para a casa da mãe, em Junín, onde aguardou a liberação de Perón para então voltar.
Evita e Che Guevara só tinham em comum o fato de serem argentinos. Não se conheceram pessoalmente, pois o líder revolucionário considerava o casal Perón como "representante do fascismo".
Não é verdade que diversos muros de Buenos Aires foram pichados por inimigos de Evita com os dizeres "Viva o câncer", quando ela agonizava de um devastador câncer de útero. Apenas em uma parede do bairro da Recoleta recebeu a pichação.