Conhecido no meio circense, Hugo Possolo assume a direção do Teatro Municipal de São Paulo
Conheça a trajetória do autor, diretor, palhaço e um dos fundadores dos Parlapatões
O anúncio da escolha de Hugo Possolo para a direção artística do Teatro Municipal de São Paulo despertou, no mínimo, certa estranheza para quem conhece o trabalho do artista como diretor, autor, palhaço e um dos fundadores dos Parlapatões, sediado na Praça Roosevelt.
A nomeação do artista nascido em Vitória e radicado em São Paulo foi feita na manhã desta terça, 26, pela Secretaria Municipal de Cultura, e confirmada por meio de suas redes sociais.
Não é a primeira indicação política do artista, que já assumiu a coordenação de circo do centro de artes cênicas da Fundação Nacional das Artes (Funarte), entidade ligada ao Ministério da Cultura, entre 2004 e 2005.
Atualmente ele é presidente da Associação de Artistas Amigos do Centro de Memória do Circo, espaço na Galeria Olido fundado em 2009 por Verônica Tamaoki e dedicado à manutenção das tradições circenses no Brasil. O espaço é mantido pela prefeitura e reúne um importante acervo do Circo Garcia (1928-2003) e Circo Nerino (1913-1964). Possolo também estava na coordenação de um dos cursos de formação da SP Escola de Teatro, posto que deve deixar.
Como artista é autor de mais de 30 peças e fundou o grupo Parlapatões, em 1991, ao lado de Alexandre Roit. Mais tarde, Jairo Mattos e Arthur Leopoldo Silva também passaram pela companhia que privilegia os elementos cômicos do teatro, do circo, com destaque para produções como Sardanapalo (1993) e ppp@WllmShkspr.br (1998).
No ano passado estreou a ópera rock Doze Flores Amarelas, em parceria com a banda de rock Titãs e com o escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva. O espetáculo une elementos de teatro, cinema e música e conta a história de três estudantes que são estupradas por cinco colegas. Também em 2018, ele estreou versão de O Rei da Vela, de Oswald de Andrade.
Desde 2006, Possolo mantém o Espaço Parlapatões, juntamente com Raul Barreto. O local recebe programação teatral de montagens do grupo e de outras companhias. Em 2015, o espaço chegou a ser lacrado pela prefeitura e diversos teatros e bares da Praça Roosevelt foram multados em R$ 48 mil, por ação da lei PSIU (Programa de Silêncio Urbano). Na ocasião, Possolo conversou com o então prefeito Fernando Haddad e em negociação com a Secretaria Municipal de Cultura, o Parlapatões foi reaberto.
Em 2018, o reduto foi mais uma vez alvo da ação, dessa vez pela gestão João Dória, que assinou a proibição de eventos na Praça Roosevelt, após sucessivas reclamações de moradores. Em agosto do mesmo ano, a prefeitura alterou a portaria, que passou a permitir eventos de baixo impacto sonoro.
