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Contrato mostra que Felipe Prior ganha milhões em jogos de azar com prejuízo de apostadores

Contrato de Felipe Prior com Betsat estabelece que ele recebe porcentagem com prejuízo de apostadores. Ex-BBB ganha milhões com jogos de azar

7 nov 2024 - 13h21
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Felipe Prior ganha milhões em portagem de prejuízo de apostadores com jogos de azar
Felipe Prior ganha milhões em portagem de prejuízo de apostadores com jogos de azar
Foto: Reprodução/Globo / Contigo

Conhecido por sua participação controversa no Big Brother Brasil, onde foi acusado de atitudes agressivas e desrespeitosas, Felipe Prior se "encontrou" no mundo das casas de apostas. O arquiteto está usando sua visibilidade nas redes sociais para ganhar milhões de reais em jogos de azar, mas ao custo de um crescente prejuízo para muitos de seus seguidores. O contrato dele com a Betsat é bem direto: ele recebia 15% da receita perdida pelos novos apostadores.

Uma reportagem do site Intercept Brasil analisou o contrato assinado por Felipe Prior com a plataforma de jogos de azar. Em fevereiro deste ano, quando firmaram a parceria, assinada por um intermediário, a Betsat lhe ofereceu a proposta de R$ 20 mil por seis Stories semanais no Instagram e seis horas semanais de transmissão no YouTube.

Nos documentos, ainda há uma cláusula bem clara dizendo que o ex-BBB ganharia um adicional com o prejuízo de seus seguidores. Para cada pessoa que se cadastrasse na Betsat e depositasse um mínimo de R$ 15, ele receberia R$ 20 extras, mas o "trambique" vai além. Felipe Prior receberia 15% do valor perdido pelos apostadores cadastrados por sua indicação. Ou seja, quanto mais usuários novos ele gerasse, e esses fossem perdendo dinheiro, maior seria seu lucro.

"2.1. No mês de fevereiro, fica acordado que o CONTRATANTE pagará a titulo de remuneração ao CONTRATADO o valor de R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS) FIXOS + remuneração variável de R$ 20,00 (VINTE REAIS) por pessoa cadastrada no site com depósito mínimo de R$ 15,00 + 15% de revenue

share (participação na receita de perda dos apostadores cadastrados na carteira do CONTRATADO), a serem pagos em 05/03/2024. 2.2. O valor mínimo fixo mensal de remuneração deverá ser reajustado

conforme atingimento de metas a cada mês de acordo com o racional abaixo: a. A partir de 1.000 cadastros com depósito mínimo a remuneração fixa será de R$: 35.000,00. b. A cada 500 cadastros adicionais a remuneração fixa irá aumentar em R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS)", esclarece o documento.

O contrato ainda estipula que se Felipe Prior conseguisse mil novos apostadores para a plataforma fixa, sua remuneração fixa salarial aumentaria para R$ 35 mil. A partir disso, a cada 500 novos cadastros, elevaria a remuneração fixa em R$ 10 mil. E o mais controverso nisso tudo é que o ex-participante do reality show está movendo um processo judicial contra Renan Sanjomar Brito Suzart, com quem ele firmou sua parceria com a Betsat. 

De acordo com Felipe Prior, ele não recebeu o pagamento pelas publicações feitas e ainda foi alvo de uma quebra de acordo. Na ação, a defesa do ex-BBB anexou uma nota fiscal de R$ 7 mil emitida por ele, que tem como tomadora a Poligon Entertainment NV. Em seu site, a empresa apresenta a Betsat como sua plataforma de apostas. O mesmo endereço é exibido no rodapé da página da plataforma de jogos de azar. 

Vale lembrar que a Betsat está na lista de casas de apostas autorizadas pela Ministério da Fazenda de continuarem operando no Brasil. Atualmente, a empresa é patrocinadora do clube de futebol Vitória e tem o ex-jogador Zico como embaixador.

Ao site, o arquiteto esclareceu que sofreu um golpe e entrou com uma ação judicial contra Renan Sanjomar Brito Suzart: "Eles me contrataram na época por um serviço. E não cumpriram com o que combinaram se passando pela Betsat (...) O Exequente cumpriu o pactuado e assinado entre as partes apresentando stories e lives".

VISÃO DOS ESPECIALISTAS

Rafael Ávila, especialista em bets e psicólogo responsável por atender pessoas com dependência em apostas, explicou que esses contratos costumam incluir duas formas de remuneração. Uma delas, chamado CPA, é o valor pago para cada pessoa que se cadastra na plataforma a partir da indicação de um influenciador. A outra é o revenue share, onde o "famoso" recebe uma comissão sobre o ganho dos sites. 

Com a regulamentação do Ministério da Fazenda, que entra em vigor a partir de janeiro de 2025, a tendência é que a CPA seja encerrada. O especialista apontou que isso pode acontecer em virtude das fraudes nos cadastro para inflar o número de usuários e ampliar os ganhos. De acordo com ele, essa porcentagem de remuneração a partir da perda de apostadores varia entre 15% a 30%.

E isso está longe de ser um segredo entre os divulgadores. Nas redes sociais, alguns influenciadores já revelaram detalhes de propostas que receberam de casas de apostas. Alexandre Paniagua confirmou ter recebido uma oferta para ficar com 80% das perdas de quem iniciasse os jogos de azar por sua indicação. Já Lucas Motta foi surpreendido com duas formas de remuneração: um valor fixo e uma comissão de 15% em cima das perdas.

"Essas casas têm um custo muito baixo, inclusive são combatidas porque são ilegais, às vezes não pagam, cometem fraude (...) Elas não pagam patrocínio, não pagam outorga, não pagam licença, não têm folha salarial. Ela só tem o site e aí lucra 20% e, para ela, está ótimo (...) São essas casas que conseguem fazer o salto financeiro na vida do pequeno influenciador, que pagam muito dinheiro em pouquíssimo tempo", apontou o especialista.

Segunda a segunda edição de 2024 da pesquisa Creators & Negócios, da agência Brunch, as publicidades para casas de apostas tem sido cada vez mais atraentes. "Muitos aceitam fazer publicidade desses serviços para continuar na carreira como criador de conteúdo, mesmo que teoricamente não concordem com ele (...) Há uma lacuna que só poderá ser preenchida por regulamentações específicas, além de uma postura mais responsável e ética por parte dos influenciadores. A confiança da comunidade depende diretamente dessa transparência, e a falta dela pode ter consequências graves para a credibilidade de todo o mercado de influência", disse Ana Paula Passarelli, co-fundadora e diretora de operações da Brunch. 

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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