Corte da Suíça bloqueia tentativa italiana de reaver suposta tela de Leonardo da Vinci
A Suprema Corte da Suíça rejeitou o pedido da Itália pela devolução de uma pintura atribuída por alguns a Leonardo da Vinci, alegando que nenhuma lei suíça foi violada quando a tela cruzou a fronteira.
Intitulado "Portrait of Isabella d'Este" e datado do século 16, a pintura se tornou objeto de disputa internacional após uma mulher italiana, Emidia Cecchini, tentar vendê-la em 2013.
A polícia tomou conhecimento da obra quando um advogado italiano apareceu com um mandado de venda por ao menos 95 milhões de euros. Especialistas em arte ainda precisam chegar a um consenso sobre a autoria atribuída ao mestre do Renascentismo.
Uma investigação italiana sobre possíveis fraudes em impostos e seguros revelou evidências que levaram a polícia a um cofre na cidade suíça de Lugano em 2015, na qual muitos italianos depositam ativos após cruzar a fronteira.
Cecchini, cujos documentos judiciais suíços indicavam ter sido condenada na Itália junto a duas pessoas pelo envolvimento na exportação da tela, sempre alegou que a pintura estava na Suíça há um século e fora levada para lá por seus parentes que já viveram no país, informou a imprensa da Suíça e da Itália.
O veredito suíço abriu caminho para o retorno do quadro a Cecchini. O advogado de Cecchini não respondeu aos pedidos por comentário via e-mail e telefone nesta quarta-feira. O Ministério da Justiça da Itália se recusou a comentar.
A Itália exigiu a apreensão da pintura por ter sido levada ilegalmente para a Suíça.
"Sujeito a quaisquer outros acordos internacionais, nenhum Estado é obrigado a aplicar a lei pública estrangeira dentro de suas fronteiras", disse o Tribunal Federal da Suíça em um comunicado.
A pintura, um óleo sobre tela que retrata uma nobre, se assemelha a um trabalho em carvão feito por Da Vinci, que está exposto no museu do Louvre, em Paris.