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Diretor de "Parasita" pede investigação sobre forma que polícia tratou ator do filme

12 jan 2024 - 12h06
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Um grupo de cineastas, atores e autoridades do setor artístico sul-coreano, incluindo o diretor de "Parasita", Bong Joon-ho, pediu nesta sexta-feira uma investigação sobre a forma como a polícia e a imprensa lidaram com as alegações de abuso de drogas envolvendo o falecido ator Lee Sun-kyun, que atuou no filme vencedor do Oscar.

Lee, que alcançou fama mundial com sua atuação como o patriarca rico em "Parasita", foi encontrado morto no mês passado em um aparente suicídio.

Bong e mais de uma dúzia de outras personalidades do setor cinematográfico, musical e de entretenimento realizaram uma coletiva de imprensa em Seul, pedindo às autoridades que averiguassem se a polícia lidou com o caso de Lee sem violar as regras de segurança e privacidade.

Desde que seu caso foi relatado pela primeira vez por um jornal local citando uma autoridade da polícia, Lee sofreu ataques à sua reputação devido a constantes vazamentos sobre a investigação, mesmo depois que vários testes de drogas deram negativo, disseram eles.

Eles também denunciaram a cobertura "sensacionalista" feita por alguns meios de comunicação e YouTubers com foco na vida privada de Lee usando informações não verificadas.

"Pedimos uma investigação para averiguar se houve algum problema de segurança em relação à investigação policial", disse Bong, lendo uma declaração assinada por mais de 2.000 artistas e 29 associações do setor.

"Estamos perguntando à imprensa e à mídia", disse o cantor e compositor Yoon Jong-shin, "Sua cobertura não foi sensacionalista, destacando a vida privada de alguém só porque ele era um artista da cultura pop?"

As ligações para a polícia de Incheon, que investigou Lee, não foram atendidas. O chefe da corporação negou ter violado as regras de segurança e expressou pesar pela morte d ator.

A morte de Lee reacendeu as críticas do setor de entretenimento e do público sobre a natureza muitas vezes dura e pública de qualquer investigação criminal envolvendo celebridades, o que alimentou a cobertura da mídia e a pressão sobre elas.

Yoon destacou uma reportagem da emissora pública KBS que utilizou uma gravação da ligação telefônica de Lee com uma recepcionista de bar, questionando se a intenção era atender ao direito das pessoas de saber e exigindo que fosse excluída.

A KBS disse em um comunicado que manteve sua reportagem que foi ao ar mais de um mês antes da morte de Lee e que o conteúdo foi usado com "máxima moderação" para descobrir os fatos do caso.

"A gravação foi usada de forma muito limitada porque não era irrelevante para as alegações (contra Lee), mas de fato apoiava a credibilidade da alegação", disse.

Lee compareceu em três ocasiões altamente públicas perante a polícia entre outubro e dezembro, a última vez por 19 horas durante a noite.

Ele negou ter consumido drogas ilegais conscientemente e disse que foi enganado pela recepcionista do bar, que mais tarde o chantageou, segundo a mídia local antes de sua morte.

Lee foi o último de uma longa lista de artistas e celebridades sul-coreanos a tirar a própria vida, já sob intensa pressão da concorrência e do interesse indiscreto em suas vidas pessoais, muitas vezes agravado por bullying online e ataques pessoais.

A Coreia do Sul tem a maior taxa de suicídio entre os países desenvolvidos.

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