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Diretoras sauditas levam mensagem de empoderamento ao Festival de Veneza

6 set 2019 - 12h26
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As diretoras de cinema sauditas Haifaa Al-Mansour e Shahad Ameen levaram seus filmes e uma mensagem ao Festival Internacional de Cinema de Veneza: as mulheres precisam ser vistas e ouvidas.

Diretora saudita Haifaa Al Monsour no Festival de Veneza
31/08/2012
REUTERS/Tony Gentile
Diretora saudita Haifaa Al Monsour no Festival de Veneza 31/08/2012 REUTERS/Tony Gentile
Foto: Reuters

"The Perfect Candidate", de Haifaa, é um dos dois filmes dirigidos por mulheres entre os 21 candidatos ao Leão de Ouro, o prêmio máximo do festival, e conta a história de uma médica que enfrenta obstáculos de gênero na administração de um conselho municipal.

"Scales", de Shahad, que foi exibido fora da competição, se dedica a uma jovem que sobrevive a moradores supersticiosos de um vilarejo que acreditam que ela é uma maldição.

As duas diretoras esperam que seus filmes transmitam uma mensagem de empoderamento em um momento no qual a Arábia Saudita vem afrouxando as regras de tutela masculina, criticadas há tempos no exterior.

"Mostrar uma protagonista é empoderar as mulheres indiretamente", disse Haifaa à Reuters.

"Aquela que ganhará mais dinheiro neste filme é a garota, ela não tem um papel coadjuvante, tem o papel principal. Você investe na jornada dela, ama-a e torce por ela, isso é o que é muito importante para uma plateia conservadora".

O início de seu filme reflete as mudanças no reino muçulmano -- a protagonista Maryam vai de carro ao trabalho. No mês passado, a Arábia Saudita também acabou com as restrições de viagem para mulheres adultas, permitindo-lhes viajar sem permissão, e lhes deu mais controle sobre questões familiares.

Quando indagada sobre o que gostaria que plateias de mulheres sauditas absorvam do filme, Haifaa, também conhecida pela produção em inglês "Mary Shelley", respondeu: "Que está na hora de se mostrarem e não temerem fracassar ou ser julgadas".

"Viemos de uma sociedade muito tradicional, então mesmo com as liberdades, como... ser legal (as mulheres) dirigirem, não muitas mulheres dirigem porque ainda não é aceito socialmente. Então é muito importante para as mulheres... aproveitarem as novas liberdades dadas a elas porque é... assim que se avança".

Em 2018, a Arábia Saudita anulou uma proibição de quase 40 anos a cinemas. Haifaa já havia contado como teve que se esconder em uma van em algumas ocasiões enquanto dirigia "Wadjda", filme de 2012 sobre uma jovem saudita determinada a comprar uma bicicleta.

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