Domingo de chuva: Saiba como foi o Doce Maravilha
Com a curadoria de Nelson Motta, o festival Doce Maravilha tinha tudo para ser um dos grandes movimentos de 2023, e se analisarmos sob um ponto de vista artístico, de fato foi.
Promover encontros como Liniker e Péricles, trazer Caetano Veloso comemorando 50 anos de "Transa", João Gomes e Vanessa da Mata cantando clássicos em ritmo de piseiro, além claro de Marcelo D2, rimando "A procura da Batida Perfeita", 20 anos depois do seu lançamento, é de cravar o nome na história.
Nesse texto, vamos falar um pouco sobre como foi o segundo dia do Doce Maravilha, como parte da nossa série de coberturas, que em breve chega em vídeo também lá no nosso instagram e Tik Tok. Pega a visão.
Profissionais de base e infraestrutura
Antes de mais nada, é fundamental ressaltar o incrível trabalho dos profissionais de base que estavam presentes no Domingo. Com acesso a área de imprensa, pude presenciar uma das poucas vezes que fui tão bem recebido em um festival. Desde as "tias da limpeza", aos seguranças e bombeiros, vi uma disposição forte para entregar um trabalho de qualidade, amenizando o perrengue do público. Ponto positivo.
A infraestrutura do evento era incrível visualmente, com 2 palcos, sendo um para uma capacidade maior de público e o segundo menor, mas com espaços para descanso, rodeado de ativações do festival, traziam a sensação de conforto caso o pior acontecesse, e aconteceu.
Chuva, muita chuva e ótimos shows
Do minuto em que cheguei até a entrada no Uber para a volta, não existiu um momento sequer que a chuva tenha diminuído, muito pelo contrário, ela aumentou, o que impossibilitou grande parte da equipe de fotógrafos entregarem um trabalho de ponta.
Chegou um momento em que nem as capas de chuva sustentavam a chuva de inverno, e aqui, é importante observar um despreparo da própria logística do festival, que deveria entender mais sobre o inverno no Rio de Janeiro.
Nesse domingo de festa, Luccas Carlos e Hodari brilharam, cantando em palco menor, logo à tarde, trouxeram uma performance com direito à presença do BK' seu time e a produção de João Gomes, que faria um show logo em seguida no palco principal.
E por falar dele, do nosso brabo, João Gomes entregou uma das melhores performances da noite, convocando Vanessa da Mata pro cara a cara, chegando junto no gogó com ela que é uma das maiores artistas nacionais, e a chuva continua.
Os problemas começam na troca de horário entre o show de Caetano que seria antes do D2. O público estava literalmente embaixo da chuva, pisando na lama, esperando a lenda da Tropicália, até que temos o comunicado que Marcelo substituiria o artista naquele horário.
Pra mim que colei no evento com o intuito de ver esse show clássico, foi positivo, mas era notável o ar de insatisfação da maioria do público fã do Caetano. De qualquer forma, o show aconteceu, D2 tirou onda trazendo toda sua família para o palco e rimando em seu formato clássico, foi foda.
A partir daqui, a chuva já estava indigesta, meu time de fotografia e vídeo não podia colocar em risco seus equipamentos e víamos desistência de pelo menos 80% dos profissionais na área de imprensa, com razão.
Liniker e Péricles amassaram no set, confortando o público que estava desolado, com a possibilidade de desistência definitiva do Caetano e com a chuva.
Mas eis que virando a noite, Caetano chega e consegue finalizar o evento, com atraso, mas com uma performance entregue, bem feita, com muita paixão. Definitivamente um dos maiores nomes da música brasileira na nossa frente.
Pra fechar, Domingo no Doce Maravilha inovou artisticamente, entregou nos serviços de base e recepção ao público, mas pecou na logística, fato que trouxe engajamento negativo nas redes, e, colocamos aqui nosso agradecimento pelo convite, enquanto monto esse texto, esperando minha próxima nebulização.
Até a próxima!