Drauzio Varella condena antivacinas: 'Deviam ser presos, estão cometendo crime'; veja vídeo
Em entrevista ao 'Estadão' para falar sobre seu novo livro, 'O Sentido das Águas', o médico e escritor criticou o movimento negacionista
Drauzio Varella está lançando seu 20º livro, O Sentido das Águas, registro de viagens que fez pela bacia do Rio Negro. Em entrevista ao Estadão, publicada nesta segunda, 31, além de falar sobre o novo trabalho, o médico e escritor criticou o movimento antivacinas.
Ele relembrou a infância para salientar a importância da vacinação e comparou o Brasil com os Estados Unidos. "Eu tive todas as doenças da infância: sarampo, coqueluche, o que você quiser. Embora eu morasse num bairro que ficava meia hora a pé da Praça da Sé, não havia nenhuma vacina. Nunca estive em uma sala de aula que não tivesse uma criança com aquelas próteses, por causa da poliomielite", contou.
O doutor acrescentou: "O Brasil fez um tremendo esforço de vacinação. Começou em 1973, na época dos militares. Criamos o maior sistema de vacinação do mundo. Os americanos vacinam mais, pois a população é maior. Mas lá você paga pela vacina que toma. Aqui não, é gratuito para todos".
Varella também concordou que o movimento antivacinas está atrelado à ideologia política e condenou quem faz parte disso. "Esses caras deviam ser presos, porque estão cometendo um crime. Não dá pra chamar de mau-caratismo. Mau-caratismo é se eu pegar 50 reais seus emprestados e não pagar. Quanta gente morreu [na pandemia de covid-19] porque não se vacinou? Isso é um crime contra a saúde pública", disse.
"Eu não me meto em política. Nunca me meti. Tive convites. Toda eleição me convidam pra ser candidato a alguma coisa, mas nunca me envolvi em política. Isso não era uma questão política. Era uma questão de saúde pública", finalizou o oncologista de 81 anos.
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