007 se reinventa com melhor Craig: o que esperar de Spectre

'007 contra Spectre' tem tudo o que os fãs esperam: explosões, perseguições, muita ação, ternos caros, supercarros e três Bond Girls

Marco Rosa

5 nov 2015 - 08h38

(atualizado às 08h48)

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'Spectre' resgata clássico 007 e vilões do passado de James Bond
Foto: Divulgação

Se essa será mesmo a despedida de Daniel Craig no papel do maior espião da história do cinema, ela acontecerá em grande estilo. Talvez a melhor atuação das quatro participações do ator na clássica franquia de ação. Em '007 Contra Spectre', que chega nesta quinta-feira aos cinemas de todo o Brasil, o sucessor de Pierce Brosnan se mostra mais natural nas cenas introspectivas, à vontade nos momentos em que se exige humor e segue arrasador naquilo que é seu forte: as cenas de ação.

Complexo e inteligente do começo ao fim, o quarto filme com Daniel Craig fecha muito bem um ciclo que foi iniciado em 2006 com 'Casino Royale' e teve ainda 'Quantum os Solace' e 'Skyfall'. Em 'Spectre', o mais longo das cinco décadas de 007, ressurgem fantasmas e vilões do passado de filmes antigos da franquia, mas nem assim perde em agilidade e se torna cansativo. Pelo contrário: segue em ritmo intenso desde o ótimo início, na cena da celebração do Dia dos Mortos, no México, até o final da trama, com o show à parte do vilão interpretado por Christoph Waltz.

Léa Seydoux como Dra. Madeleine Swann: uma 'Bond Girl' diferente do padrão
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A combinação de "problemas" vividos por James Bond é um ponto positivo do filme. Ao mesmo tempo em que busca pistas sobre a misteriosa organização internacional Spectre, ligada a todos os males que enfrentou anteriormente, convive com uma licença cassada por uma operação não-autorizada e uma fase de transição do Centro de Segurança Nacional, em Londres, que pretende acabar com o programa MI6 e os agentes secretos. Ou seja, o 007 teria que novamente se virar sozinho, e dessa vez, clandestinamente.

No alto de seus 47 anos, Craig exibe intensidade impressionante e incrível vigor físico. No 24º filme da franquia, o britânico alia cenas de tirar o fôlego com boas doses de ironia e a já conhecida elegância do agente secreto, e claro, do charme com as mulheres. Ao finalizar as filmagens, o ator chegou a dizer que preferia "cortar os pulsos" a vestir novamente o terno do 007 e que só o faria por dinheiro. Mais tarde, mudou de ideia, justificou o desabafo ao cansaço e garantiu que tem contrato para filmar mais uma sequência. Será?

Será que esta foi a despedida de Daniel Craig no papel de James Bond?
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Com um elenco estrelado, 'Spectre' tem tudo o que os fãs esperam: grandes perseguições envolvendo os carros mais potentes do mundo, arrasadoras sequências de ação, inclusive no alto de um helicóptero, mega explosões, as invenções tecnológicas de Q e, como não poderia faltar, belas mulheres: Stephanie Sigman, Monica Bellucci e Léa Seydoux. Talvez a grande decepção fique por conta da rápida participação de Bellucci após o frissom causado pela quebra de um padrão de beleza estabelecido pela franquia, já que aos 51 anos, a italiana é a 'Bond Girl' mais velha da história.

Assim como todos os outros 23 filmes, os vilões também roubam a cena em 'Spectre'. O grandalhão Dave Bautista, que é lutador profissional, proporciona boas cenas de luta com Craig mais de uma vez. Já Andrew Scott interpreta o novo Secretário de Segurança, faz o tipo "bandido terno e gravata" que age nos bastidores.

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Mas o show mesmo fica por conta do carismático Christoph Waltz, o cabeça da organização criminosa que persegue Bond. Mais uma vez no "lado mau" da trama, assim como fez em 'Bastardos Inglórios' e 'Django Livre', o austríaco dá mais ritmo ao filme desde sua entrada e torna a segunda metade ainda mais empolgante com boas sequências de ironia e muita inovação em relação aos demais vilões.

Completam a lista de bons coadjuvantes as atuações de Ralph Fiennes como o novo 'M' e sua luta para manter vivo o serviço secreto, e Léa Seydoux, que faz uma Bond Girl completamente oposta à interpretada por Monica Bellucci. Além de ter uma participação muito maior e mais importante na trama, e da diferença de 21 anos entre elas, Léa foge dos clichês e não faz o tipo "femme fatale", bem comum na franquia.

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Também merecem destaque a fotografia impecável de Hoyte Van Hoytema na obra, que além do México passou por Reino Unido, Itália, Áustria e Marrocos, a direção competente de Sam Mendes pela segunda vez seguida na franquia, e a ótima abertura, de forte apelo visual e com a música-tema "Writting's On The Wall", interpretada por Sam Smith. Pequenos detalhes que fazem de 'Spectre' um clássico 007 e um dos melhores dos últimos tempos.