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A carreira de Al Pacino em dez filmes

Para lembrar a trajetória do ator, que faz 80 anos em abril, o 'Caderno 2' selecionou dez filmes que são essenciais na carreira do ator

21 fev 2020 - 09h10
(atualizado às 15h16)
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Al Pacino completa 80 anos em 25 de abril, mas segue incansável. O ator brilhou recentemente no longa O Irlandês e agora estrela sua primeira série de televisão, Hunters, que estreia nesta sexta-feira, 21, na Amazon Prime Vídeo.

Para lembrar a trajetória de Al Pacino nas telas, o Caderno 2 selecionou dez filmes que são essenciais na carreira do ator. Confira:

O Poderoso Chefão (1972, 1974 e 1990)

O estreante Al Pacino teve que fazer o teste "inúmeras vezes" para o papel de Michael, o filho universitário que se encarregava dos negócios da família Corleone. Os chefes do estúdio o acharam muito baixo e queriam Robert Redford ou Ryan O'Neal no papel.

No entanto, Francis Ford Coppola persistiu porque "toda vez que lia o roteiro, sempre via seu rosto (de Pacino), especialmente nas cenas da Sicília". Pacino disse que, originalmente, queria o personagem do filho cabeça quente, Sonny, e chegou a pensar que Coppola "estivesse realmente louco" por deseja-lo no papel de Michael.

Serpico (1973)

Em 1973, entre o primeiro e o segundo Chefão, o jovem Al Pacino protagonizou outro drama sombrio que contribuiu para estabelecê-lo como um dos grandes atores de sua geração. Serpico é um dos melhores filmes de Sidney Lumet. Baseia-se na história real de tira de Nova York que se isola cada vez mais, ao tentar expor a corrupção dentro da própria organização. Pacino é comovente como o herói que leva sua cruzada solitária, armado apenas da convicção (e dos princípios éticos). Mais do que a ação externa, o que conta aqui é a angústia que corrói sua alma.

Um Dia de Cão (1975)

Excelente dramatização de um fato real. Em um dia de muito sol em Nova York, assaltantes fazem reféns num banco. O chefe (Al Pacino) quer dinheiro para mudança de sexo do namorado (Sarandon). Inspirado em uma história verdadeira, o filme é realista no estilo que marcou o cinema do grande diretor Sidney Lumet. Sem trilha musical, tem muito humor e conquista o espectador.

Parceiros da Noite (1980)

Parceiros da Noite, é um filme policial de 1980 que, na época, foi chamado de homofóbico e foi um dos primeiros filmes a mobilizar, nos EUA, a comunidade gay para protestar pela forma como era retratada por Hollywood. O filme chama-se Cruising, no original. Al Pacino faz o tira que se infiltra no submundo sadomasoquista (e gay) de Nova York, em busca de um serial killer. O mundo gay é representado como doente e perverso. Pacino termina liberando o lado sombrio de sua mente e fica pior que o assassino obsessivo e ritualístico que caça.

Scarface (1983)

Nos anos 1970/80, o cinema estava se reinventando. A nova Hollywood substituía a velha. Autores jovens, que haviam aprendido cinema na escola, traziam para a tela a ousadia da nova geração. Ela se traduzia em liberdade de tom, de linguagem. E muita, muita violência. Scarface conta a história de um imigrante cubano, Tony Montana (Al Pacino), que vira czar das drogas em Miami. A droga é o negócio de Tony Montana, mas o que o caracteriza é o método brutal. Ele é um homem que não consegue controlar seus impulsos destrutivos, destrói os outros ao redor, e no processo destrói-se.

O Sucesso a Qualquer Preço (1992)

O Sucesso a Qualquer Preço mostra a grande competição em uma corretora de imóveis e foi levado ao cinema, em 1992, com roteiro de David Mamet e direção de James Foley, além de um elenco estelar, formado por Al Pacino, Jack Lemmon, Alec Baldwin, Ed Harris, Alan Arkin e o então iniciante Kevin Spacey.

Perfume de Mulher (1992)

Em 1974, o italiano Dino Risi fez a versão original deste filme, que deu a Vittorio Gassman o prêmio de melhor ator em Cannes. Em 1992, foi a vez de Al Pacino ganhar o Oscar pelo papel. Um dia na vida de um cego que contrata um garoto para acompanhá-lo. O público lembra-se do tango e do test drive com o carro último tipo. Como o deficiente visual faz aquilo? É pura exterioridade. O tema do filme é o homem que busca um sentido para sua vida.

Advogado do Diabo (1997)

O jovem e ambicioso advogado Kevin Lomax (Keanu Reeves), que nunca perdeu um caso, é recrutado pelo escritório de advocacia mais poderoso do mundo por um alto salário e vai defender um cliente acusado de triplo assassinato. Tudo vai bem até que sua mulher começa a testemunhar aparições diabólicas e ele, cada vez mais envolvido em seus casos, se afasta ainda mais dela. Seu chefe e mentor, John Milton (Al Pacino), parece sempre saber como superar todos os obstáculos que surgem.

Angels in America (2003)

O diretor Mike Nichols reuniu um elenco de estrelas como Al Pacino, Emma Thompson e Maryl Streep para falar sobre aids e homossexualidade na década de 1980 nos Estados Unidos. A história se passa em 1985, durante a era Reagan, quando a aids ainda não era uma doença conhecida pela maioria das pessoas. Em Manhattan, o casal gay Prior Walter e Louis Ironson entra em crise quando Prior descobre que está doente por causa da aids. Louis o abandona e começa uma nova relação com Joe Pitt, um advogado mórmon casado com Harper, uma dona de casa viciada em calmantes para esquecer a infelicidade do casamento. Pitt trabalha com Roy Cohn (Al Pacino), um poderoso advogado que esconde sua homossexualidade para preservar sua imagem. Enquanto isso, Prior começa a ter visões com um anjo, interpretado por Emma Thompson, que o convida para ser um profeta.

O Irlandês (2019)

O Irlandês é dirigido por Martin Scorsese e coloca Al Pacino e Robert De Niro juntos na tela pela terceira vez. O filme, um drama policial de amplo alcance e muita ambição, tem os olhos voltados para o passado e plena consciência de que, mais cedo ou mais tarde, tudo chega ao fim. Esse tema encontra forte ressonância tanto em Pacino, que interpreta Jimmy Hoffa, o irredutível presidente da International Brotherhood of Teamsters (uma liga de sindicatos dos Estados Unidos) quanto em De Niro, que é produtor do filme e dá vida a seu personagem-título, Frank Sheeran, um secretário do sindicato que tinha ligações com a máfia e reivindicou a autoria do assassinato de Hoffa.

Estadão
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