'A Libertação': Em alta na Netflix, terror com Glenn Close fez diretor rezar todos os dias nas filmagens
'Eu li aqueles livros sobre os bastidores de Poltergeist e as filmagens de O Exorcista', justificou Lee Daniels.
Faz mais de dois anos que, segundo a revista Variety, a Netflix desembolsou US$ 65 milhões por um novo filme de exorcismo do diretor Lee Daniels, indicado ao Oscar por "Preciosa". Com um elenco formado por astros conhecidos como Glenn Close, Omar Epps e Caleb McLaughlin, o longa agora está na plataforma de streaming com números impressionantes: top 10 dos mais assistidos em 55 países há 3 semanas, "A Libertação" já soma mais de 43 milhões de visualizações na plataforma.
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Inspirado em um caso verídico, "A Libertação" conta a história de Ebony Jackson, mãe solo que trava uma luta contra seus próprios demônios e se muda com os filhos e a mãe doente para um novo lar a fim de ter um recomeço. Quando ocorrências estranhas levantam as suspeitas do Serviço de Proteção a Crianças, Ebony corre o risco de perder a guarda dos filhos, e logo se vê em uma luta também por suas almas.
Após a estreia do filme na plataforma de streaming, a caracterização de Glenn Close virou um assunto quente nas redes sociais, mas este não é o único fator de interesse do longa. Considerando que a trama aborda temas de exorcismo e possessão, a própria mãe do diretor ficou preocupada com o tipo de energia que poderia circular no set de filmagens.
"Tivemos um apóstolo no set o tempo todo, uma pessoa que de fato faz isso para viver", contou Daniels à revista Variety.
"Isso foi para ajudar Aunjanue [Ellis-Taylor, que interpreta uma apóstola na trama], mas também para nos proteger. Eu li aqueles livros sobre os bastidores de 'Poltergeist' e as filmagens de 'O Exorcista'. E eu pensei: 'Não, hoje não, demônio'. Então nós rezamos todos os dias."
Lee Daniels, diretor de 'A Libertação'.
Segundo Daniels, a decisão levantou preocupações até mesmo com a Netflix: "O pessoal do RH me ligou no primeiro dia que começamos a rezar e me disse que isso poderia ser ofensivo para algumas pessoas e que eu não poderia fazê-lo. Então eu falei: 'A gente precisa pensar em alguma coisa, porque eu não vou entrar nessa selva sem rezar todo dia. Então bolamos um sistema em que eu dizia: 'Não quero ser ofensivo, aqueles que não se sentem confortáveis e não rezam, fiquem à vontade para sair do set'. Algumas pessoas saíam, mas a maior parte das 200 pessoas sabiam que queriam ficar protegidas. Eles claramente leram os mesmos livros que eu."
Lançando seu primeiro filme de terror, Daniels ainda explica de onde surgiu a vontade de mergulhar em um assunto tão delicado: "Estamos vivendo tempos sombrios, e eu quero contar histórias que eu acredito ser relevantes ao tempo que vivemos ou aos lugares que ocupamos. Para mim, era sobre conseguir encontrar uma força maior. Não era o jump scare que a Netflix queria que eu fizesse inicialmente."