Ela venceu 2 Oscars, mas teve uma vida de casamentos falhos e arrependimentos: as tragédias de Elizabeth Taylor
Oito casamentos, vícios e filantropia: conheça a história de Elizabeth Taylor, uma das maiores estrelas de Hollywood.
Eternizada no papel de Cleópatra no drama histórico de 1963, Elizabeth Taylor foi uma das maiores estrelas do cinema na década de 1960. Lembrada também por filmes como "Gata em Teto de Zinco Quente" (1958), "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" (1966) e "Um Lugar ao Sol" (1951), a atriz é considerada uma das maiores estrelas do cinema mundial de acordo com o American Film Institute (AFI). Se na frente das câmeras ela é recordada por seu olhar penetrante e uma carreira impecável, nos bastidores, sua vida pessoal deu muito o que falar por envolver escândalos, traumas e muitas dificuldades.
Nascida em 1932, em Londres, Elizabeth começou a carreira ainda criança, e na adolescência, fez participações em filmes como "Lassie e a Força do Coração" (1943), "Jane Eyre" (1943) e "Evocação" (1944). Após a transição para papéis adultos, sua vida pessoal foi tomando aos poucos o centro dos holofotes.
Fama precoce, abusos e pressão familiar
No entanto, a ascensão à fama não foi exatamente fácil. Seus pais faziam parte do meio artístico, mas o pai não era exatamente fã de seu sucesso. Em entrevista concedida à apresentadora Barbara Walters em 1999, a atriz revelou como era a relação familiar. "Eu não falo sobre isso. Mas quando eu era uma garotinha, meu pai era abusivo quando bebia e parecia gostar de me bater um pouco. Eu não o culpo de forma alguma. Sei que ele estava bêbado quando fazia isso, sei que ele não tinha a intenção. Ele não sabia o que estava fazendo", refletiu. Frances Leann Taylor, pai de Elizabeth, era um negociador de arte.
"Quando eu saí de casa e tive meus próprios filhos, comecei a pensar no meu pai e como deve ter sido para ele ver que a filha de 9 anos ganhava mais dinheiro que ele."
Elizabeth Taylor sobre os abusos cometidos pelo pai.
Mesmo enxergando as atitudes do pai de maneira empática, Elizabeth foi extremamente afetada pela fama repentina. "Eu tinha 9 anos quando fiz meus primeiros filmes em Hollywood. Fui usada desde o primeiro dia como uma criança, utilizada pelo estúdio", disse em 1987 em entrevista para a revista Rolling Stone. "Fui promovida para os bolsos dele. Nunca senti que era um paraíso. Minha família eram os meus pais, não o estúdio."
Na mesma entrevista, ela recorda ter visto o produtor Louis B. Mayer gritar com sua mãe quando ela tinha 15 anos, e diz que foi a ocasião em que disse seu primeiro palavrão. Ao ameaçar não voltar mais para o estúdio, MGM, ela começou a perceber que era realmente valiosa.
Taylor também conta que o estúdio tentou mudá-la fisicamente.
"Eu tinha cabelo preto e sobrancelhas grossas. Meu pai e minha mãe precisaram impedi-los de tingirem meus cabelos e arrancarem minhas sobrancelhas. O estúdio queria mudar o meu nome para Virginia, eles tentaram me fazer criar a boca de Joan Crawford quando eu comecei a usar batom aos 15 anos. "Deus me livre você querer fazer qualquer coisa individual ou querer ir contra a massa. Mas eu fui."
Casamentos: arrependimentos, tragédias e quase morte
Casada 8 vezes, com sete homens diferentes, ela passou por muitas turbulências nos matrimônios. Antes de atingir a maioridade, a MGM, tentou fazer com que ela namorasse então astro do futebol americano Glenn Davis, mas ela se recusou. Aos 17 anos, foi pedida em casamento pelo magnata Howard Hughes, que lhe ofereceu uma alta quantia para em dinheiro -- que ela também recusou ao romper o noivado.
Seu primeiro casamento aconteceu quando ela tinha 18 anos, em 1950, com Conrad Hilton Jr., filho de um magnata de uma rede de hotéis. Mas a união durou menos de um ano. Na própria lua de mel, Elizabeth percebeu que havia cometido um erro, pois ele era abusivo e alcoólatra.
O segundo casamento foi com o ator Michael Wilding, 20 anos mais velho que ela, e durou até 1957, quando os dois se separaram. Já o terceiro matrimônio, com o produtor Mike Todd, 25 anos mais velho que ela, terminou em tragédia.
Em sua biografia, Elizabeth diz que era perdidamente apaixonada por Todd. Mas sle foi morto um ano depois do casamento, em 1958, em um acidente em seu avião particular, chamado "The Liz". Após o falecimento, ela ficou devastada.
Seu quarto casamento foi com Eddie Fisher, em 1959. Três anos depois, ela passou a ter um caso com o ator Richard Burton. Quando Fisher descobriu, chegou a apontar uma arma para a esposa, e disse: "Não se preocupe, Elizabeth, eu não vou te matar. Você é bonita demais." Os dois se separaram em 1964, e ela se casou com Burton duas semanas depois.
O quinto matrimônio, com Richard Burton, foi o mais longevo, e durou de 1964 a 1974. Eles se separaram, mas casaram-se novamente um ano depois. Desta vez, no entanto, a união durou apenas um ano, até 1976.
Drogas e alcoolismo
Depois disso, Elizabth se casou mais duas vezes: primeiro, com o político republicano John Warner. A pressão de estar casada com um político, no entanto, fez Taylor entregar-se de forma intensa ao vício em álcool e drogas, e ela acabou se internando em uma clínica de reabilitação em 1982. Foi durante o tratamento que conheceu o último marido, o construtor civil Larry Fortensky.
"As drogas se tornaram uma muleta. Eu não as tomava apenas quando estava com dor", disse Taylor ao The New York Times em 1985, três anos depois de se divorciar de Warner."Eu estava tomando muito Percodan. Tomava Percodan e alguns drinks antes de sair. Eu simplesmente sentia que precisava ficar chapada para superar minha timidez. Eu precisava do esquecimento, da fuga."
Apesar da vida intensa e marcada por muitas tragédias, Elizabeth nunca se considerou uma figura trágica, pois sempre superou os obstáculos.
Duas vezes vencedora do Oscar, Elizabeth Taylor se afastou da vida pública em 1997, quando fez uma cirurgia para remover um tumor no cérebro. Ao todo, ela fez mais de 40 operações durante toda a sua vida, e passou a ser vista frequentemente usando cadeira de rodas, pois sofria de doença cardíaca, osteoporose e constantes dores.
Duas vezes vencedora do Oscar de melhor atriz, Elizabeth Taylor dedicou parte de sua vida à prevenção contra a AIDS, sendo uma das primeiras atrizes a participar ativamente de campanhas, após a morte de seu grande amigo Rock Hudson. Do início da década de 1990 até sua morte, em 2011, dedicou um tempo à filantropia. Apesar de ter nascido no Reino Unido, recebeu do presidente Bill Clinton uma das medalhas mais importantes concedidas pelos EUA, em 2011: a Presidential Citizens Medal, como reconhecimento por seus vários trabalhos filantrópicos.
Elizabeth Taylor morreu em 23 de março de 2011, no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, após um quadro de insuficiência cardíaca agravado por todos os problemas de saúde pré-existentes.
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