'Antes de fazer o filme, não fazia ideia o que era a ditadura', diz ator adolescente de 'Ainda Estou Aqui'
Guilherme Silveira, de 13 anos, interpretou Marcelo Rubens Paiva na primeira fase do longa-metragem
Quando a ditadura militar acabou no Brasil, em 1985, Guilherme Silveira não era nem nascido. O ator só descobriu o que aconteceu durante esse período da história do País quando recebeu a missão de interpretar Marcelo Rubens Paiva na primeira fase de Ainda Estou Aqui. O filme conta a história do desaparecimento do engenheiro Rubens Paiva sob a ótica de Eunice, a matriarca da família. À Globonews, o adolescente falou, nesta quinta-feira, 23, sobre a emoção de ser indicado ao Oscar.
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Aos 13 anos, Guilherme Silveira já carrega no currículo a participação em um longa-metragem indicado ao prêmio mais prestigiado do cinema. A boa notícia ainda veio com uma surpresa. Além de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz (com Fernanda Torres), a produção brasileira ocupa um lugar inédito entre os concorrentes a Melhor Filme.
O adolescente fez uma participação e tanto no filme brasileiro: interpretou Marcelo Rubens Paiva, filho mais novo de Rubens e Eunice e escritor do livro homônimo que originou o filme.
A missão veio mesmo antes dele saber o que tinha sido a ditadura militar no Brasil, período em que se passa a história. Em conversa na Globonews, Guilherme admitiu que precisou da ajuda de familiares para entender esse período da história brasileira.
"Antes de fazer o filme, eu não fazia ideia do que era a ditadura. Aí a minha avó começou a conversar comigo e me explicou", relembrou. Apesar de não ter vivido o período, Guilherme conta que conseguiu sentir a apreensão do momento ao contracenar com os colegas.
"Eu realmente achei uma coisa terrível, ainda mais vivendo isso no filme. Eu consegui sentir como é que era para o Marcelo, para a Eunice, principalmente para o Rubens, né? Como ele se sentiu...", explicou.
O ator completou, elogiando Fernanda Torres. "Ela teve esse trabalho de interpretar uma personagem tão difícil e passar por tudo aquilo que ela passou: o Alzheimer, o marido sendo sequestrado pela ditadura. Então, eu entendi [a ditadura] no filme. Antes, eu nem não fazia ideia do que era e, agora, sei que não era uma coisa muito boa", considerou.
Nas redes sociais, Guilherme Silveira também comemorou as indicações. O ator frequentemente publica lembranças das gravações de Ainda Estou Aqui e conta os bastidores do set.
"Uma história necessária para o nosso país, um filme com um elenco incrível, com pessoas que trabalharam juntas com muita dedicação e carinho pra recriar esse momento que a família viveu", escreveu em um texto de apresentação no Instagram.