Ator de 'O Hobbit' diz que 18 meses de filmagem foram desafio
Estão abertas as portas de um mundo encantado que promete estar na mente dos fãs de trilogias de terras distantes e fantásticas por pelo menos dois anos. Essas terras já conhecidas arrastaram multidões aos cinemas há uma década e fazem parte da cultura pop do ano 2000. O universo de O Senhor dos Anéis ganha agora novos capítulos - que, aliás, antecedem a trilogia - e um novo ator como herói, sem capa e sem poder de voo, mas cheio de esquisitices que devem virar carisma. Nesta sexta-feira (14) estreia no Brasil o primeiro filme O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. Os outros dois capítulos que fecham a saga A Desolação de Smaug e Lá e De Volta Outra Vez terão lançamento mundial em dezembro de 2013 e julho de 2014, respectivamente.
Na pele desse herói está o ator inglês Martin Freeman que é conhecido do público por papéis, principalmente, de seriados de TV como o de Tim Canterbury, da versão inglesa de The Officee o do Dr. Watson, em Sherlock. Por ser parecido fisicamente com o ator Ian Holm, que interpretou o Bilbo Bolseiro mais velho em O Senhor dos Anéis, acabou sendo indicado ao papel pelos próprios fãs, mas nem por isso deixou de fazer testes. Ele conversou com o Terra sobre essa aventura pessoal e sobre esse papel, o maior de sua carreira até o momento, e contou que sempre tentou imaginar como o personagem estava em determinada siotuação para poder interpretá-lo como mais realidade. Após o desafio de 18 meses concentrado no papel, a fama daqui para frente ele ainda não consegue mensurar.
Terra - Como você descreve o seu personagem Bilbo Bolseiro e essa aventura?
M
artin Freeman- Acredito que Bilbo seja o personagem central de
O Hobbit. Ele é alguém que começa a história bem reprimido, uma pessoa restrita, fechada e se vê ao longo de uma jornada que muda completamente todos os seus preconceitos sobre o mundo, coloca sua vida em perigo pela primeira vez, abre seus olhos para outras raças, espécies, outros seres. Pela primeira vez ele precisa lutar. Bilbo encontra pessoas que em um primeiro momento ele não vai com a cara, mas aprende a admirá-las e quer ajudá-las nessa jornada. Então acho que é um personagem cheio de qualidades e às vezes bem complexo.
Terra - Como você se preparou para o papel? Assistiu ao O Senhor dos Anéis?
Freeman - Sim, também li o roteiro e decorei as falas. Eu assisti novamente ao O Senhor dos Anéis e dessa vez prestando atenção em Ian Holm, que interpreta o Bilbo mais velho. Tenho que dizer que os três filmes são muito prazerosos de assistir, mesmo como lição de casa, com fins práticos. Assisti como fã, não apenas como algo que precisava fazer, foi uma imersão no mundo que o escritor J.R.R.Tolkien criou e que Peter Jackson levou ao telão.
Terra - Os seus fãs e os da trilogia sempre quiseram ver você neste papel. Mesmo assim, precisou fazer teste para ser o Bilbo novo?
Freeman - Sim, há muito tempo. Fiz um quando Guillermo del Toro ainda estava no projeto como um dos diretores, foi um teste de vídeo de alguns minutos e o retorno foi muito positivo. Quando ele deixou o projeto e o Peter Jackson ficou como diretor eu tive um retorno melhor ainda. Todos falaram, "nós queremos que você faça esse papel, não queremos ninguém mais. É para você". E para mim isso foi um grande elogio.
Terra - Qual foi o maior desafio para você?
F
reeman- Acho que o maior desafio foi ter que ficar concentrado em um mesmo trabalho e personagem por 18 meses. Durante esse período que todos os filmes foram filmados, a concentração foi máxima no personagem e o tempo todo tinha que saber qual o momento que Bilbo estava vivendo. Não filmamos em uma sequência cronológica e por exemplo, na cena 13, ele é muito diferente da cena 100. Então você tem que estar sempre ciente de onde você acabou de vir e para onde você está indo, porque realmente faz a diferença. Eu sempre ficava perguntando para o diretor Peter Jackson: "quando Bilbo vai estar mais sério? Eu não quero mais ser tão tímido", e ele dizia: "espere, já está chegando o momento, ainda não estamos nessa parte". Então, estávamos sempre com um olho em quem Bilbo era naquele momento e onde ele estava dentro da história. Para mim esse foi o maior desafio.
Terra - Foram 18 meses de filmagens, sem pausa?
Freeman - 18 meses com duas pausas para poder ir para casa.
Terra - Qual a sua cena preferida de O Hobbit?
Freeman - É difícil dizer uma cena, mas eu adorei as que fiz com Golum principalmente porque foram as primeiras que filmamos.
Terra - Você gosta de se aventurar na vida real?
Freeman - Depende da aventura, mas como pode ver eu sou um ator, escolhi um trabalho que não dá segurança, principalmente salarial, então acho que sou mais corajoso do que quem escolhe trabalhar em um banco, por exemplo.
Terra - O que você sonha para sua carreira?
Freeman - Apenas que eu tenha mais bons trabalhos e bons roteiros pela frente.
Terra - Qual foi a melhor coisa de ter feito um hobbit?
Freeman - Tudo. Ele faz tantas coisas diferentes e eu gosto disso. Isso que me interessa porque nós somos isso, uma mistura de tudo. E eu gosto do fato dele ir para diferentes lugares que ele mesmo se surpreende com ele mesmo e espero que a audiência também.
Terra - Você já conhecia o universo do escritor J.R.R. Tolkien?
Freeman - Descobri já adulto, não como criança.
Terra - O que podemos esperar dos próximos dois filmes dessa trilogia O Hobbit?
Freeman - Mais aventuras e para mim, pessoalmente, Bilbo entra em uma jornada pessoal. Vai passar por uma transição. Vocês vão conhecer outros lados dele e mais conflitos, fases obscuras, porque ele realmente vai passar por momentos de medo, assim como no livro. E isso tudo é muito interessante de interpretar. Adoro tudo isso.
