Ator diz que levou bebidas no 1º encontro com Downey Jr.
Zach Galifianakis sempre soube que não poderia contar com seus atributos físicos para vencer em Hollywood. Desde pequeno, quando inventou o irmão gêmeo Seth, personagem que interpreta até hoje nos palcos de stand up comedy, ele aprendeu que rir é o melhor remédio. "Principalmente de si mesmo", conta o ator, que soube tirar partido do aspecto gordinho, do jeito maluco e das próprias inseguranças para fazer graça. Aos 41 anos, ele é o novo queridinho das comédias nos EUA - graças ao seu humor imprevisível e quase sempre ultrajante.
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Desde que foi projetado no hit de bilheteria Se Beber, Não Case (2009), que arrecadou mais de US$ 467 milhões mundialmente, seu cachê subiu para estimados US$ 5 milhões. E Galifianakis não parou mais de atuar. Quando não está fazendo stand up, está rodando filmes - como a comédia Um Parto de Viagem, que estreia no Brasil nesta sexta (5), dia 5. "Meu personagem aqui é o cara mais irritante do mundo, algo que fiz naturalmente", conta, referindo-se a Ethan Tremblay, um carente aspirante a ator que inferniza a vida do arquiteto mal-humorado vivido por Robert Downey Jr. A dupla é obrigada a embarcar numa road trip e, obviamente, nada dá certo no caminho. "Eles se metem numa roubada atrás da outra, incluindo passar a noite no carro com um cachorro que se masturba". A seguir, os principais trechos da entrevista.
No filme, você tira Downey Jr. do sério... E nos bastidores, quem infernizou quem?
Como eu tinha de usar um cachecol, um acessório que dá um ar ainda mais ridículo ao meu personagem, Robert vivia me enforcando com ele no set. Ele é impossível!
Como foi o primeiro encontro com Downey Jr.?
Fui convidado para jantar na casa dele, em Los Angeles. Fui de bicicleta e cheguei 20 minutos atrasado, todo suado. Para espantar o nervosismo, coloquei três garrafas de vinho na mochila. Sou tão desligado que nem me toquei que levar bebida alcoólica não seria uma boa ideia devido ao histórico de Robert... Só contei desse lapso tempo depois e nós caímos na gargalhada. Felizmente, desde que nos conhecemos, nossa relação tem sido um festival de piadas e insultos mútuos.
Como sua vida mudou desde Se Beber, Não Case, quando ganhou visibilidade mundial? Ainda faz stand up ou deixou essa prática de lado, por ser mais underground?
Adoro esse lado underground. Apenas não saio mais em turnês de stand up, para não bater com as datas de filmagens. Recentemente, me apresentei num clube de comédia de Los Angeles. Se não tenho de acordar cedo no dia seguinte, para filmar, topo fazer vários stand ups. É o que eu mais gosto. Adoro a sensação de liberdade de estar num palco, diante da plateia. E também gosto de testar novas piadas com o público. As piadas que não funcionam no palco eu posso usar no cinema e vice-versa.
Já se acostumou a não ser mais um anônimo pelas ruas?
Ainda não. Continuo achando estranho quando alguém grita: 'você não é o gordinho de Se Beber, Não Case?'. E como sou avoado, muitas esqueço que virei um cara conhecido e olho feio quando percebo que há alguém me encarando num restaurante.
É por isso que prefere morar num rancho na Carolina do Norte?
Sim. São 70 hectares de pura preguiça (risos). Por enquanto, só construí um celeiro e levantei uma cerca. Até meu empresário já se ofereceu para me ajudar a comprar animais. Mas tudo isso deve dar muito trabalho. Quando estou em casa, gosto de ficar sem fazer nada mesmo.
Já visitou o Brasil?
Não, mas quero muito ir. Gosto do povo brasileiro. A verdade é que só conheci brasileiras até hoje. Mas não é o que você pensou... (risos). Alguns amigos meus se casaram com brasileiras e elas são adoráveis. Acho que vou me identificar com o estilo de vida do povo, por ser menos estressado que o do americano. Agora estou de malas prontas para Bangkok (onde ele roda Se Beber, Não Case 2, com lançamento previsto em 2011). Depois da Tailândia, quem sabe. Talvez eu tire umas férias...
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