Atriz premiada anuncia aposentadoria e cita nome de artistas acusados de abuso: "Acreditam ser superiores"
Adèle Haenel não aparece nas telonas desde 2019.
Adèle Haenel, atriz de Retrato de Uma Jovem em Chamas e Azul é a Cor Mais Quente, tem um histórico de momentos em que levantou a voz para expôr acusados de abuso na indústria cinematográfica. Em 2020, saiu da cerimônia do Prêmio Cesar gritando "Bravo, pedofilia!" e, desde então, não foi mais vista nas telas.
A recente aposentadoria de Haenel, no entanto, é considerado um ato político. Em carta aberta publicada no jornal Liberation, a atriz mostrou sua indignação por homens acusados de violência sexual continuarem conseguindo trabalhos e recebendo perdão do público e da indústria.
"Decidi politizar minha retirada da indústria cinematográfica para denunciar sua complacência generalizada em relação aos agressores sexuais. Por que o mundo do cinema — reunido colegialmente no Cesar Awards para promover seus filmes — está obsessivamente ansioso em parecer 'alegre'?"
Mencionando nomes de acusados de estupro, a atriz continuou, afirmando que existe um movimento de proteção em torno destes homens. "Todos se unem para salvar a face de Depardieu, Pokanski e Boutonnat. Eles estão prontos para fazer qualquer coisa para defender seus chefes estupradores, aqueles que são tão ricos que acreditam pertencer a uma espécie superior, aqueles que fazem uma demonstração dessa superioridade… objetificando mulheres e subordinados."