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Bandido gato: quem foi Pedro Dom, que inspirou série da Amazon

Terceira temporada deve ser a última da trama, e mostra caça ao assaltante violento que assombrou a zona sul do Rio nos anos 2000

17 jun 2024 - 05h00
(atualizado em 20/8/2024 às 18h04)
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Gabriel Leone interpreta Pedro Dom em série da Amazon
Gabriel Leone interpreta Pedro Dom em série da Amazon
Foto: Divulgação/Amazon Prime Video

Uma emboscada eficaz, um túnel tomado. Agentes afoitos à espera de uma chance estimada há tempos. Essa é a cena que antecede a morte de Pedro Machado Lomba Neto, o Dom, assaltante que inspirou a série homônima da Amazon Prime Video. A cena descrita acima não é um spoiler dos capítulos finais da terceira temporada da produção, que estreou em 24 de maio: é a descrição do que realmente aconteceu em setembro de 2005.

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Pedro foi baleado nas costas depois de um mega assalto. Eles sabiam onde seria o roubo que fora planejado, qual era a rota de fuga do criminoso, e também que Dom estaria na garupa de uma moto dirigida por um parceiro. Assim, mobilizaram uma viatura à paisana para bloquear a saída do túnel Rebouças, que liga os bairros de Rio Comprido e Lagoa, no RJ, um dos pontos pelos quais o carioca passaria. 

Mas o tiro não foi suficiente para capturá-lo. Ao se deparar com a polícia, Dom atirou em direção aos agentes uma granada, chamada por ele de “abacaxi”. Ele adorava usar granadas em seus assaltos, o que o caracterizava como alguém bastante violento. Quando caiu da moto, o motorista fugiu, e ele correu a pé até os arredores de um prédio, na Lagoa, zona sul do Rio.

A operação que capturou o “bandido gato”, como era chamado pelas manchetes de jornais dos anos 2005, não veio do acaso. Foi fruto de uma grande ação policial, que passou por escutas telefônicas e meses de preparo. 

Na série, Pedro Dom é Gabriel Leone. Na realidade, ele era um jovem filho do ex-policial Luiz Victor Dantas Lomba, que enquanto agente de segurança foi membro de um grupo conhecido como “Esquadrão da Morte”. Foi esse braço da polícia fluminense que deu origem às milícias no estado na década de 1960. 

Drogas na adolescência, desespero familiar

Pedro cresceu em uma família de classe média, e começou a usar drogas ainda na adolescência. Se viciou rapidamente em cocaína, o que foi motivo de diversas ações desesperadas dos pais para desintoxicá-lo – como vender o apartamento em que a família morava para pagar o tratamento e propinas à polícia. Tudo para que não fosse preso. 

Começou a roubar coisas de casa para sustentar o vício em pó. Segundo registros, Pedro chegou a ser internado 15 vezes em clínicas de reabilitação, todas em vão. Ele foi preso pela primeira vez em 2001, por porte ilegal de armas, e transferido para um hospital penitenciário a pedido da mãe. 

Ao deixar o hospital, passou a viver entre comunidades cariocas, vendendo o que podia para comprar drogas, até começar a liderar roubos maiores. Em 2004, virou líder de uma quadrilha cuja especialidade era assaltar edifícios de luxo na capital carioca. Seu método de identificação de vítimas era se infiltrar em festas em condomínios de luxo e captar informações sobre vizinhos, seus hábitos e horários.

O vulgo “Dom” veio das ruas. Seu método de ação criminosa era violento. A abordagem ostensiva tinha como objetivo fazer o refém entregar onde ficavam jóias, cofres e objetos de valor. Dom andava sempre muito bem vestido, com roupas de grife, e usava o dinheiro para sustentar seu gosto pelo luxo e seu vício em cocaína. Junto de sua quadrilha, morava entre as comunidades da Maré e Rocinha, e fazia parte da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA). 

A história do bandido gato inspirou a série da Amazon, que lançou sua primeira temporada em 2021. A terceira, lançada agora, encerra o ciclo da trama. Dom é uma série criada por Breno Silveira (In Memoriam) e produzida pela Conspiração. A temporada final foi dirigida por Adrian Teijido e Vellas, com produção executiva de Lorena Bondarovsky, Renata Brandão e Malu Miranda.

Fonte: Terra Content Solutions
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