"Brilhante!": Esta ficção científica brasileira dos anos 1980 pode ter previsto um triste futuro para a humanidade
Longa foi conduzido por um dos grandes nomes do Cinema Novo.
O cinema brasileiro conta com muitas pérolas escondidas em sua história. Apesar de vivermos na era dos serviços de streaming, há grandes produções que ainda esperam por uma chance de conquistar o grande público. Uma aventura sci-fi distópica recheada de denúncias globais, Abrigo Nuclear é um desses filmes.
Dirigido por Roberto Pires, de A Grande Feira e Tocaia no Asfalto, o projeto lançado em 1981 apresenta uma ficção científica ao mesmo tempo instigante e desesperadora. O longa tem início após o planeta ser assolado por radiação ionizante. Para preservar a espécie humana, a população é alocada em um abrigo subterrâneo.
Chefiados sob forte regime pela Comandante Avo (Conceição Senna) e seus fiéis, a geóloga Lix (Norma Bengell) e um grupo de habitantes desenvolvem um projeto que permitirá o retorno da raça humana à superfície, e a libertação do controle de Avo.
Alguns podem desconhecer os grandes feitos de Pires, mas o realizador foi uma referência para muitos durante a sua trajetória. Produtor de Barravento, primeiro longa de Glauber Rocha, o realizador era referenciado como um "aventureiro na hora de descobrir formas de fazer as coisas", como disse o cineasta Oscar Santana no documentário O Artesão de Sonhos.
O próprio pai de Deus e o Diabo na Terra do Sol enaltecia o trabalho de Roberto de maneira ímpar. "Se o cinema não existisse na Bahia, Roberto Pires o teria inventado", escreveu Glauber no livro "Revisão Crítica do Cinema Brasileiro".
Uma crítica a…