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Canibalismo, frio e superação: a incrível história real de "A Sociedade da Neve", novo filme da Netflix

"A Sociedade da Neve" conta história real do grupo que sobreviveu a uma queda de avião na Cordilheira dos Andes, em 1972.

4 jan 2024 - 05h00
(atualizado em 10/1/2024 às 13h47)
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Resumo
Chegou hoje à Netflix 'A Sociedade da Neve', filme de J.A. Bayona que conta a história verídica de uma tragédia que ocorreu na Cordilheira dos Andes em 1972 quando um avião com jogadores uruguaios caiu nas montanhas, sobrevivendo 29 das 45 pessoas a bordo que, para se salvar, precisaram enfrentar frio de -30°C e canibalismo.
A Sociedade da Neve adapta história de queda de avião nos Andes em 1972
A Sociedade da Neve adapta história de queda de avião nos Andes em 1972
Foto: Netflix

Chegou hoje (4) à Netflix "A Sociedade da Neve", novo filme de J.A. Bayona ("Jurassic World: Reino Ameaçado", "Sete Minutos Depois da Meia Noite") que representa a Espanha no Oscar 2024. O longa conta a história verídica de uma tragédia que ocorreu na Cordilheira dos Andes em 1972, quando um avião que levava jogadores de rúgbi uruguaios para uma disputa no Chile colidiu com as montanhas.

Frio de -30°C, fome e canibalismo

Em 13 outubro de 1972, o voo 571 da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar um time de rúgbi para o Chile, desapareceu misteriosamente no ar. A aeronave nunca chegou ao seu destino, e caiu na Cordilheira dos Andes: dos 40 passageiros e cinco tripulantes a bordo, apenas 29 sobreviveram à queda. Do total, 16 voltaram para contar a história.

Antes da queda, o avião havia feito uma parada em Mendoza (Argentina) devido ao mau tempo. No entanto, persistiu na viagem mesmo com as más condições. A queda ocorreu após a aeronave se chocar com montanhas da região.

Inicialmente, os sobreviventes tentaram contato com o mundo externo marcando um X no chão com roupas e bagagem, mas as tentativas foram em vão: a fuselagem branca do avião o camuflava em meio à neve. 11 dias depois da queda, as buscas foram encerradas.

A Sociedade da Neve é o novo filme de J.A. Bayona para a Netflix
A Sociedade da Neve é o novo filme de J.A. Bayona para a Netflix
Foto: Redação Entre Telas

Para sobreviver ao frio que chegava a -30 °C, os tripulantes dividiam o espaço do que havia sobrado do interior da fuselagem, após removerem assentos para otimizar o local. Durante o tempo em que ficaram lá, alguns começaram a escrever cartas para amigos e familiares, na esperança de que a história não fosse esquecida.

Durante cerca de uma semana, eles conseguiram se alimentar do que haviam levado. "Água temos de sobra. Comida, tivemos a sorte de nos sobrar uma lata de [peixes] Costamar, quatro de doce, três latas de mariscos, alguns chocolates e duas garrafas pequenas de uísque. É claro [que] a comida não é muito abundante, mas dá para viver", escreveu um dos sobreviventes, Gustavo Nicolich, em carta à família.

Cerca de 10 dias após a queda, quando a comida já era escassa e as esperanças de salvamento quase nulas, eles recorreram ao canibalismo. Os corpos daqueles que não haviam sobrevivido eram cortados e serviam como alimento.

"Uma coisa que vai parecer incrível para você e para mim também. Hoje começamos a cortar os mortos para comê-los, não temos outra solução", escreveu Gustavo. 

Grupo montou comitiva para buscar ajuda

A Socieadade da Neve: sobreviventes recorreram a canibalismo
A Socieadade da Neve: sobreviventes recorreram a canibalismo
Foto: Redação Entre Telas

Ao todo, o grupo ficou preso na Cordilheira dos Andes por mais de 70 dias, e ficou conhecido como "a sociedade da neve". Como não chegava ajuda, eles mesmos decidiram ir atrás de resgate: montaram comitivas para tentar chegar a alguma localidade.

Foi montada uma expedição de três jovens, que iniciaram a caminhada no dia 12 de dezembro de 1972, na esperança de chegar a um vilarejo que, pelos cálculos, estaria a 8km de distância. No dia 20 de dezembro, após cerca de 60km de caminhada, dois dos três expedicionários encontraram ajuda, já que o outro havia retornado exausto: eles avistaram três homens do outro lado de um rio. Como o barulho dificultava a comunicação, a dupla começou a enviar recados em papéis enrolados em pedaços de pedra.  A primeira nota dizia: "Viemos do avião que caiu nas montanhas."

Os 16 sobreviventes foram resgatados de helicóptero no dia 22 de dezembro de 1972. Desde então, livros, documentários e programas de TV garantiram que a história não fosse esquecida.

O filme de Bayona conta a história de como o grupo sobreviveu nas montanhas geladas dos Andes, e já está disponível na plataforma de streaming.

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Fonte: Redação Entre Telas
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