Cannes: brasileiro "Medusa" está na Quinzena dos Realizadores
Dirigido por Anita Rocha da Silveira, longa usa o mito da Medusa para falar da opressão à mulher; "Murina" também tem coprodução brasileira
O brasileiro “Medusa”, dirigido por Anita Rocha da Silveira, foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores, mostra paralela ao Festival de Cannes 2021 que prima pela escolha de filmes de jovens realizadores que ousam na linguagem cinematográfica.
Inspirado no mito grego da Medusa, o filme reflete sobre a pressão que a sociedade impõe sobre as mulheres para serem perfeitas. Para tratar desta questão, o roteiro conta a história de Mariana, uma jovem obcecada por controlar cada aspecto de sua vida.
Segundo a versão do poeta Ovídio, a Medusa não era um monstro por natureza, mas sim uma mulher que sofreu uma transformação. Nesta versão, Medusa era a mais bela sacerdotisa do templo da deusa Atena, que foi estuprada por Poseidon, o rei dos mares, dentro do templo sagrado da deusa Atena.
Atena, então, em vez de punir Poseidon, decide punir Medusa (que deveria se manter casta até seu casamento) e a transforma em um monstro com serpentes na cabeça e o poder de transformar em pedra quem olhasse para ela.
RT Features e Scorsese
Tem participação brasileira também na Quinzena com o longa “Murina”, de Antoneta Alamat Kusijanovic. O filme de estreia da diretora e roteirista nascida em Dubrovnik, mas que vive em Nova York, foi desenvolvido com o apoio do programa de programas de incentivo a jovens cineastas, como o Festival de Cannes Résidence, Cinéfondation, First Films First do Ghoethe-Institute, e o Jerusalem Film Lab, e é uma produção de Martin Scorsese, por meio da da Sikelia Productions e RT Features.
Em “Murina”, a relação entre a adolescente Julija e Ante, seu opressivo pai, se tensiona ao limite quando um velho amigo da família chega em sua casa insular na Croácia. Enquanto Ante tenta fechar um negócio que vai mudar suas vidas, Julija, incomodada com a vida pacata e isolada que levam, busca mudanças através do visitante que traz consigo um gosto de liberação em um fim de semana cheio de desejo e violência.
“Fica até redundante falar o quanto estamos felizes emplacando nosso segundo filme no Festival de Cannes de 2021. Porém MURINA é um filme muito especial, que foi desenvolvido dentro da RT e que vai revelar ao mundo a diretora multitalentosa que é a Antoneta Alamat Kusijanovic, além de fortalecer ainda mais nossa parceria com Martins Scorsese, pois esse é o nosso terceiro filme com com a Sikelia, e todos eles tiveram sua estreia mundial no Festival de Cannes.”, comenta o produtor Rodrigo Teixeira, da RT Features.
Confira a seleção completa da Quinzena dos Realizadores 2021:
Between Two Worlds, de Emmanuel Carrère (filme de abertura)
Our Men, de Rachel Lang (filme de encerramento)
The Souvenir, de Joanna Hogg (exibição especial)
Ali & Ava, de Clio Barnard
A Chiara, de Jonas Carpignano
Medusa, de Anita Rocha da Silveira
Murina, de Antoneta Alamat Kusijanović
A Brighter Tomorrow, de Yassine Qnia
Clara Sola, de Nathalie Álvarez Mesen
The Tsugua Diaries, de Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro
Futura, de Pietro Marcello, Alice Rohrwacher e Francesco Munzi
The Employer and the Employee, de Manuel Nieto Zas
The Braves, de Anaïs Volpé
Europa, de Haider Rashid
Hit the Road, de Panah Panahi
Intregalde, de Radu Muntean
Magnetic Beats, de Vincent Maël Cardona
Neptune Frost, de Saul Williams e Anisia Uzeyman
Fragments, de Jean-Gabriel Périot
A Night Of Knowing Nothing, de Payal Kapadia
The Hill Where Lionesses Roar, de Luàna Bajrami
The Tale Of King Crab, de Alessio Rigo de Righi e Matteo Zoppis
Ripples Of Life, de Shujun Wei
The Souvenir Part II, de Joanna Hogg
The Sea Ahead, de Ely Daghe