Documentário cambojano ganha prêmio no festival de Cannes
Um documentário usando pequenas figuras de barro para contar a história de como a família do cineasta cambojano Rithy Panh sucumbiu sob o regime do Khmer Vermelho ganhou o prêmio máximo na segunda competição mais importante no festival de cinema de Cannes neste sábado (25).
L'Imagem Manquante estava entre os 18 filmes que estrearam na categoria Un Certain Regard, criada para incentivar cineastas emergentes e inovadores, ocorrendo de forma paralela à principal competição do festival.
Panh, 49 anos, um cineasta prolífico cujos filmes se concentram na brutalidade no Camboja quando cerca de 1,7 milhão de pessoas foram mortas durante o regime do Khmer Vermelho (1975-79), disse que o prêmio foi importante para seu país.
"Para um país que emergiu de suas dificuldades e anos de guerra, é importante dizer que ainda estamos vivos", disse à Reuters Panh, depois de receber o prêmio em uma cerimônia de tapete vermelho no resort da Riviera Francesa.
O júri liderado pelo diretor dinamarquês Thomas Vinterberg, de Jagten (The Hunt), pelo qual Mads Mikkelsen ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes no ano passado, descreveu o documentário como "um dos mais poderosos filmes que já vi em muitos anos".
O vice-campeão foi Omar, do diretor palestino Hany Abu-Assad, um thriller político envolvendo palestinos que vivem sob ocupação israelense no qual um jovem padeiro, Omar, é torturado pela polícia secreta de Israel para trair seus amigos.
Omar, que foi rodado na Cisjordânia e na cidade árabe-israelense de Nazaré no ano passado, recebeu uma ovação em sua estréia como o primeiro filme totalmente financiado pela indústria de cinema palestino.