Filmes italianos em Cannes refletem desencanto com o país
A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino, uma melancólica ode a Roma, a Cidade Eterna, é um dos vários filmes da seleção oficial de Cannes neste ano que abordam o desenrolar da Itália contemporânea.
O país disputa a Palma de Ouro também com Un Chateau en Italie ("Um Castelo na Itália"), da cineasta franco-italiana Valeria Bruni Tedeschi, sobre a decadência de uma família aristocrática. A atriz italiana Valeria Golino estreia na direção com Miele ("Mel"), sobre uma mulher que ajuda pacientes terminais a acabar com suas vidas. O filme compete na mostra "Um Certo Olhar", para diretores estreantes.
Aproveitando a linda luz amarela e dourada de Roma, A Grande Beleza é um filme exuberante, que critica a vacuidade da vida ao mesmo tempo em que nela se deleita. O protagonista é Jeb Gambardella (Toni Servillo), um sexagenário que leva uma vida libertina, desfrutando das glórias por um romance que ele escreveu há 40 anos.
"O filme tenta retratar uma pobreza que não é material", disse Sorrentino a jornalistas nesta terça-feira. "Ao mesmo tempo, não estamos passando um julgamento negativo, mas mostrando o que é, e isso simboliza o nosso país."