Crítica 'Isabella: o Caso Nardoni': Vale a pena revisitar o crime?
O novo documentário de true crime está disponível na Netflix.
'Isabella: o Caso Nardoni' entra para as produções de true crime da Netflix, que já trouxe outros casos criminais famosos, como 'Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime'. 15 anos depois, o streaming revisita um dos casos que mais chocou o Brasil, em 2008, e que mobilizou a população brasileira em um grito por justiça.
Em 2008, o assassinato de Isabella Nardoni parou o Brasil: a menina de 5 anos foi atirada pela janela do apartamento de seu pai e da madrasta, em São Paulo. Enquanto a população, a mídia e mesmo as autoridades cobravam uma solução rápida e exemplar, a perícia trabalhou para encontrar material que contasse o que aconteceu.
Com depoimentos inéditos da família e de profissionais que lidaram com o caso diretamente, o documentário de quase duas horas não mergulha em muitos detalhes além do que já se sabe, mas se apoia na emoção. Com declarações da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, a produção não economiza nas lágrimas e opta por um tom que foca na mídia sensacionalista em cima do caso.
Durante os depoimentos,é possível entender a pressão que a perícia e a investigação sofreram por parte da mídia e as reviravoltas mirabolantes que o caso teve em função disso.
Apesar de não trazer informações inéditas, o documentário se ampara em fotos e na reconstitução do crime brutal que chocou o país e que mandou para a cadeia os culpados.
O roteiro é de Claudio Manoel, Micael Langer e Felipe Flexa e assinam como consultores o jornalista Rogério Pagnan, autor do livro "O pior dos crimes – A história do assassinato de Isabella Nardoni", e a criminóloga Ilana Casoy, autora dos livros "A prova é a testemunha" e "Casos de família – Arquivos Richthofen e Arquivos Nardoni". A equipe analisou, ainda, mais de 6 mil páginas de processo, gravou 118 horas de entrevistas e reuniu mais de 5 mil itens de arquivo fotográfico vindo da mídia e do acervo da família.
Diante de um crime brutal, o documentário abraça a força e a narrativa de Ana Carolina e sua família, mostrando os reflexos de uma perda, um luto, uma revolta, a busca por justiça e um recomeço.
Paulista, formada em jornalismo e cinema, sempre foi apaixonada por filmes e séries. Aos poucos, começou a escrever suas primeiras críticas e percebeu que poderia transformar o universo da Cultura Pop em sua profissão.
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