'Besouro Azul', Bruna Marquezine e as polêmicas da greve em Hollywood
Atriz está sendo acusada de furar a greve para promover seu filme – mas não é tão simples como parece.
O que você faria se fosse uma atriz latina, brasileira, que depois de muitos anos finalmente consegue sua primeira grande oportunidade em Hollywood? Daí então quando chega o momento do mundo inteiro conhecer seu trabalho, a maior greve dos últimos 60 anos estoura em Hollywood – a partir de agora está proibido que atores sindicalizados divulguem seus filmes.
A partir desse momento você tem duas escolhas: ou você fura a greve de mais de 200 mil profissionais da indústria pra ajudar a divulgar seu filme, 'Besouro Azul', ou você se mantém junto aos seus colegas de profissão e não divulga o filme.
Isso é o que tem acontecido com a Bruna Marquezine em 'Besouro Azul', e esse contexto é importante para noticiar que ela vem sendo acusada de furar a greve para compartilhar alguns materiais promocionais de 'Besouro Azul' através de reposts nas redes sociais e afins. Por um lado, se Bruna Marquezine optar por furar a greve e promover o filme, a produção que é crucial para sua carreira internacional, teria a visibilidade desejada. Uma decisão perfeitamente compreensível para alguém cuja estreia internacional está potencialmente ameaçada.
Por outro lado, alinhar-se com o sindicato e com seus colegas de profissão tem seu próprio conjunto de vantagens profissionais e morais. Se você é uma atriz latina chegando agora em Hollywood, a última coisa que você quer é ser malvista pelos próprios colegas de indústria. Ao aderir totalmente à greve, ela reforça sua solidariedade e ética profissional, respeitando a luta de seus colegas e evitando potencialmente manchar sua imagem no competitivo universo de Hollywood.
Em Hollywood, a sua imagem é tudo que você tem. E a maneira como os profissionais lidam com questões éticas pode definir a trajetória de sua carreira. Bruna está em uma posição particularmente delicada. Ela não só está tentando consolidar seu nome em Hollywood, mas também representa uma minoria de atrizes latinas em uma indústria que está aprendendo lentamente sobre representatividade.
Por essas e outras eu particularmente entenderia ambas as decisões embora tenha minha própria opinião sobre qual é a "ideal". Mas eu quero que esse debate se estenda especialmente entre nós, brasileiros.