Furiosa é o melhor que um filme de ação pode ser hoje
Dirigido por George Miller, prequel de "Mad Max: Estrada da Fúria" segue caminho diferente, mas igualmente fantástico.
Em 2015, "Mad Max: Estrada da Fúria" era lançado, redefinindo os parâmetros dos filmes de ação contemporâneos. Na época, muitos o sacramentaram como "o filme de ação da década". Agora, com a estreia de "Furiosa", o mais novo capítulo da franquia, a mesma impressão se repete em uma década diferente.
Entende-se, claro, "o filme de ação da década" como um título subjetivo, mas que carrega uma forte representação dos elementos que melhor se integraram no gênero ao longo dos últimos anos - e isso, tanto Furiosa quanto Estrada da Fúria têm de sobra.
Mas qual é o segredo? Como a mesma franquia consegue produzir dois filmes supremos de ação, distintos em suas abordagens, mas igualmente eletrizantes? A resposta é simples: George Miller.
Com o lançamento de "Furiosa", que chega aos cinemas na próxima quinta (23), fica mais claro do que nunca que ninguém no mundo dirige filmes de ação como George Miller hoje. Desde o primeiro "Mad Max" em 1979, Miller tem sido o visionário por trás da franquia. Após lançar o terceiro filme em 1985, ele passou 30 anos até realizar Mad Max: Estrada da Fúria em 2015. Logo após esse sucesso, Miller anunciou que a personagem Furiosa ganharia um filme solo, estrelado por Anya Taylor-Joy e Chris Hemsworth.
"Furiosa" se distingue de seu predecessor não pela intensidade frenética, mas por sua abordagem única. Com uma narrativa intensa sobre vingança, brutalidade e sobrevivência, equilibrando drama e ação de maneira cadenciada, acompanhamos Furiosa em sua jornada contra aqueles que mataram sua mãe.
Através desta perseguição, o filme traça paralelos sobre a inadequação em um mundo hostil e os ideais impossíveis que se chocam contra a dura realidade da subsistência.
A franquia Mad Max é conhecida por abordar temas complexos sem depender de diálogos explícitos - conceito que o próprio Miller defendeu em entrevista recente. Questões como a preservação do planeta, fanatismo religioso e um mundo devastado pela própria humanidade são exploradas de maneira sutil, mas poderosa, especialmente através do poder imagético.
Furiosa segue a tradição estética de Miller, mostrando que dentro da mitologia de Mad Max ainda existem inúmeros pequenos universos com histórias esperando para serem contadas. Embora nenhuma delas seja particularmente esperançosa, todas são profundamente humanas, retratando nossos instintos mais básicos em um cenário onde isso é tudo o que resta.