Conheça os filmes que vão inaugurar o Cineclube Cortina
Espaço abre oficialmente nesta terça-feira para convidados e na quarta para o público em geral
O Cineclube Cortina abre oficialmente nesta terça, 26, para convidados, mas no dia seguinte já poderá ser visitado pelo público. A programação de cinema começa com a exibição do documentário Cine Marrocos, a partir das 19h. Outra novidade será a pré-estreia, no domingo, 31, também às 19h, do longa A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky, que vai participar de um debate em seguida. Conheça um pouco sobre esses filmes.
Cine Marrocos
A escolha do documentário de Ricardo Calil não foi fortuita, pois o filme foca em um dos mais luxuosos cinemas do centro de São Paulo nos anos 1950 que, depois de fechado (1994), foi alvo de ocupações. Destino que, de uma certa maneira, foi o mesmo da grande maioria das salas da região.
Em 2018, Calil convidou moradores que ocupavam o cinema abandonado de São Paulo para interpretar filmes clássicos exibidos ali na década de 1950. Para o cineasta, a música poderia retratar a situação dos "refugiados, imigrantes e brasileiros que viviam no prédio." Assim, todas as histórias pessoais se entrelaçam com as dos filmes, e naquele ambiente decadente das salas que já foram luxuosas, produzindo um efeito nostálgico no espectador.
A Viagem de Pedro
Com previsão de estreia nacional para o dia 1º de setembro, novo longa da diretora Laís Bodanzky é um relato que utiliza fatos ficcionalizados sobre a viagem de navio que d. Pedro I (vivido por Cauã Reymond) fez, em 1831, de volta a Portugal. Ele busca forças físicas e emocionais para enfrentar seu irmão que usurpou seu reino. O filme é ambientado, portanto, nessa travessia pelo Oceano Atlântico - em uma fragata inglesa, misturam-se membros da corte, oficiais, serviçais e escravizados, numa babel de línguas e de posições sociais.
Em meio a local sufocante, Pedro se vê doente e inseguro: ele entra na embarcação em busca de um lugar e uma pátria. Na verdade, em busca de si mesmo. O filme mostra um Pedro desconhecido. Para Laís, o que vale é a provocação. "(Em setembro) Teremos o bicentenário da Independência. É a minha contribuição para o debate", disse ela ao Estadão.