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'Deserto Particular' vai representar o Brasil no Oscar 2022

Academia Brasileira de Cinema divulgou título escolhido para a categoria de melhor filme internacional

15 out 2021 - 12h54
(atualizado às 13h21)
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Antonio Sabóia em cena de 'Deserto Particular', filme de Aly Muritiba que estreia no Festival de Veneza
Antonio Sabóia em cena de 'Deserto Particular', filme de Aly Muritiba que estreia no Festival de Veneza
Foto: Divulgação

O comitê brasileiro de seleção da Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta sexta-feira, 15, que 'Deserto Particular', de Aly Muritiba (Ferrugem), é o escolhido para representar o Brasil na categoria de melhor filme internacional no Oscar 2022. A cerimônia será realizada no dia 27 de março de 2022.

O longa-metragem concorreu com outras 14 produções. Dentre elas, estavam '7 Prisioneiros', filme da Netflix dirigido por Alexandre Moratto; 'A Última Floresta', de Luiz Bolognesi; 'Medida Provisória', de Lázaro Ramos; e 'Carro Rei', de Renata Pinheiro.  

Em virtude da pandemia da covid, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood manteve as regras especiais para a elegibilidade do candidato na categoria de Melhor Filme Internacional na 94ª edição do Oscar 2022, ou seja, que tenha sido lançado no país de origem entre 1º de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2021.

A inscrição do filme escolhido deve ser feita até às 17h (horário de Los Angeles) da segunda-feira, 1º de novembro - corresponde às 22h de Brasília.

O comitê de seleção foi formado pelos cineastas Allan Deberton, Belisário Franca e Felipe Lacerda, os produtores Paula Barreto e Leonardo Edde, a atriz Virginia Cavendish e o crítico de cinema e colaborador do Estadão Luiz Zanin Oricchio.

Brasil no Oscar

Com filmes selecionados por uma comissão desde 1961, o Brasil chegou perto da estatueta dourada de Melhor Filme Internacional em cinco ocasiões — sendo quatro delas com produções indicadas na categoria e uma outra que ficou apenas na lista de pré-indicados.

O primeiro bom resultado veio em 1963. 'O Pagador de Promessas' foi indicado a Melhor Filme Internacional logo após levar para casa a Palma de Ouro, do Festival de Cannes. No entanto, no prêmio da Academia, perdeu para o drama francês 'Sempre aos Domingos'.

Depois disso, veio uma seca de 33 anos, quebrada com a indicação de 'O Quatrilho', de Fábio Barreto. Mas, outra derrota, agora para o holandês 'A Excêntrica Família de Antônia'.

Em 1998 e em 1999, chegou o melhor momento do Brasil na categoria: indicações seguidas de 'O Que É Isso, Companheiro?' e 'Central do Brasil', respectivamente. Este último, dirigido por Walter Salles, também conquistou uma indicação na categoria de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro. Ainda assim, todos os indicados não levaram a estatueta dourada.

Já a última vez que o Brasil arranhou uma indicação a Melhor Filme Internacional foi em 2008, quando 'O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias' foi pré-selecionado — quando membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas fazem uma primeira seleção para, depois, escolher apenas cinco. Mas o filme de Cao Hamburger ficou de fora.

Por fim, vale lembrar, também, da história do filme 'Cidade de Deus' na premiação. O longa-metragem de Fernando Meirelles foi selecionado pelo Brasil para concorrer na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar de 2003. Só que acabou ficando de fora da lista de indicados. Ainda assim, este não foi o ponto final da história da produção com o Oscar.

Em 2004, 'Cidade de Deus' quebrou o recorde de indicações do Brasil no Oscar. Apareceu nas categorias de Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia. Não levou nenhuma das estatuetas, mas, desde então, não superado por nenhuma outra produção brasileira em número total de indicações no prêmio da Academia.

Estadão
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