Diretor de série com Bruna Marquezine é preso nos EUA por desvio milionário
Esquema de fraude e gastos extravagantes
O diretor Carl Erik Rinsch foi preso nos Estados Unidos na última quarta-feira (19) sob a acusação de desviar milhões de dólares da Netflix.
Responsável pela produção da série "Conquest", que teria Bruna Marquezine e Keanu Reeves no elenco, Rinsch teria utilizado parte do orçamento do projeto para investimentos de alto risco e compras de luxo.
De acordo com as investigações, o diretor desviou cerca de US$ 11 milhões (aproximadamente R$ 63 milhões), aplicando esse montante no mercado financeiro. Apesar de a maioria dos investimentos terem fracassado, um deles gerou um retorno expressivo de US$ 27 milhões. Com esse lucro, Rinsch teria adquirido cinco Rolls-Royces, uma Ferrari e um relógio avaliado em mais de US$ 350 mil.
O promotor Matthew Podolsky declarou que o cineasta "orquestrou um esquema para roubar milhões de dólares, solicitando um grande investimento de um serviço de streaming e alegando que usaria o dinheiro para produzir uma série que nunca existiu". Segundo ele, "a prisão de Rinsch é um lembrete de que a promotoria e o FBI seguem vigilantes no combate à fraude".
Carl Erik Rinsch, que ganhou notoriedade com o filme "47 Ronin", vendeu "Conquest" para a Netflix em 2018, superando propostas da Amazon, Apple e Max. A produção previa uma trama futurista onde um cientista desenvolvia uma inteligência artificial para resolver conflitos globais, mas que acabava gerando um colapso mundial.
Apesar do alto investimento, as filmagens foram problemáticas. Com um orçamento inicial de US$ 55 milhões, parte do valor foi utilizado para gravações em São Paulo, Montevidéu e Budapeste. No Brasil, houve denúncias de maus-tratos a figurantes, levando o sindicato dos atores a intervir. Mesmo após gastar US$ 46 milhões, Rinsch solicitou um adicional de US$ 11 milhões, que a Netflix liberou após uma disputa interna sobre a direção do projeto.
Bruna Marquezine: Teorias bizarras e apostas arriscadas
Mensagens trocadas entre Rinsch e executivos da Netflix revelaram um comportamento errático. Ele afirmava conseguir prever eventos como erupções vulcânicas e a evolução da pandemia de Covid-19. O diretor também investiu em criptomoedas, incluindo Dogecoin, e obteve um lucro inesperado de US$ 27 milhões.
Sem entregar um único episódio concluído, Rinsch processou a Netflix, alegando que os valores gastos eram seus por contrato e que os itens de luxo comprados fariam parte do cenário da série. Ele também alegou que a plataforma ainda lhe devia US$ 14 milhões. A Netflix rebateu, afirmando que os pagamentos dependiam do cumprimento de metas de produção, o que não ocorreu. O contrato foi rompido e, embora Rinsch tenha tido permissão para vender "Conquest" a outras plataformas, precisaria reembolsar os valores recebidos.
A investigação segue em andamento, e o caso levanta questões sobre a segurança dos investimentos em grandes produções de entretenimento.