Kim Ki-duk é acusado de estupro e assédio por mais atrizes
Ator Cho Jae-hyun também foi denunciado por comportamento abusivo.
Kim Ki-duk, premiado diretor sul-coreano que ganhou o Leão de Ouro em Veneza por Pieta (2012), recebeu mais acusações de estupro e assédio sexual de duas atrizes. Também foi denunciado o comportamento abusivo do ator Cho Jae-hyun, que constantemente é visto nos filmes do cineasta.
Uma das três mulheres, que permaneceram anônimas, afirmou ter sido estuprada por Ki-duk e Jae-hyun após o diretor tê-la convocado para "discutir o roteiro" em seu quarto de hotel. "Foi o inferno na Terra. Durante várias noites ele vinha na porta do meu quarto e ficava batendo na porta ou telefonando repetidamente até eu responder. [Os dois possuem] histórias compartilhadas de violentar atrizes e havia uma certa sensação de concorrência entre eles", afirmou a atriz em um documentário investigativo transmitido pelo canal televisivo sul-coreano MBC
A segunda mulher contou em sua entrevista como o cineasta exigiu vê-la pelada durante um teste de elenco "humilhante". Os dois relatos se juntam a um terceiro, que já havia sido em agosto de 2017, quando uma atriz acusou Ki-duk de tê-la agredido física e verbalmente, além de tê-la feito gravar cenas de sexo não previstas no roteiro, durante as filmagens de Moebius (2013). Segundo o The Guardian, essas acusações foram refutadas devido a falta de provas, mas o cineasta teve que pagar uma multa de aproximadamente R$ 16 mil.
Em resposta às acusações veiculadas na TV sul-coreana, Ki-duk se pronunciou através de uma mensagem de texto. "Nunca tentei satisfazer meus desejos pessoais usando meu status como cineasta", pronunciou o diretor, que completou dizendo que só realizou "relações sexuais consensuais". O ator Jae-hyun, por sua vez, emitiu um pedido de desculpa por outras queixas feitas de assédio meses atrás e disse que discutiria as novas alegações quando as investigações fossem iniciadas.
Conhecido pelos filmes violentos e sombrios, o cineasta sul-coreano lançou seu novo longa, Human, Space, Time and Human, na Mostra Panorama do Festival de Berlim, que foi criticado pelo movimento #MeToo por prestigiar um agressor.