‘Dom’ é uma história que nunca saiu de cartaz, diz diretor
Em coletiva de imprensa, o showrunner e diretor Breno Silveira, Gabriel Leone, Flávio Tolezani e elenco falam sobre a nova série Prime Video
Estreia nesta sexta-feira, 04, Dom, a mais nova produção nacional Prime Video. Baseado em uma história real de Pedro Dom (Gabriel Leone), um jovem carioca da classe média que após ser apresentado à cocaína na adolescência, acaba se tornando líder de uma gangue criminosa que dominou os tablóides nos anos 2000, a produção tem oito episódios que se alteram entre ação, aventura e um drama – emocionante!
Para falar sobre a série, Gabriel Leone, Flavio Tolezani, Isabella Santoni e Raquel Vellar participaram de uma coletiva virtual com mais jornalistas. O encontro contou também com o diretor e showrunner Breno Silveira e com Malu Miranda, head de Conteúdo Original para o Brasil do Amazon Studios. Confira abaixo alguns destaques da entrevista.
O início de tudo
Foi o pai de Pedro Dom, Victor Lomba, quem procurou o diretor Breno Silveira e o convidou a contar a história de seu filho. O primeiro contato aconteceu há 12 anos e o showrunner da série revelou que cogitou recusar o convite. “Eu fiquei com medo da história, era muito pesada e a gente já sabia que tinha um fim trágico”, disse. Em um segundo momento veio a mudança de perspectiva. A proximidade com o Victor fez com que Breno entendesse as camadas daquela história. “Era um pai tentando dizer que o filho dele não era a capa daquele jornal sangrento. Que não era aquele criminoso bárbaro, que existia um outro filho. A gente tem muitas histórias sobre drogas, sobre narcotráfico. Mas nenhuma tocando a alma e entendendo os personagens de dentro. Não era uma história de tráfico, de favela, de nada disso. Era uma história de pai e filho ímpar”, conta.
Todo o tempo de amadurecimento fez com que o diretor ficasse satisfeito com o resultado. “Eu gosto do timing que ela está acontecendo. Me agrada muito. Mas ao mesmo tempo eu acho que foi uma história que nunca saiu de cartaz”, comenta. “E eu vejo muito os erros de como os governos tratam isso. Nos países onde a droga foi legalizada, a criminalidade baixou em 70%. O momento da série é muito importante, mas é duro ver como as políticas públicas não mudaram em relação a isso. E a série faz uma bela crítica em relação a isso”.
A construção dos personagens e das relações
Flavio Tolezani e Gabriel Leone são os protagonistas da série interpretando Victor Dantas e Pedro Dom. De lado opostos no combate às drogas, mas sempre unidos. O afeto e a união entre pai e filho foi uma das características que guiaram desde o começo a construção dessa relação e desses personagens.
“A possibilidade de falar dessa relação tão conflituosa, tão conturbada, mas ao mesmo tempo de muito amor, de muita amizade, de muito carinho entre pai e filho. Eu e o Flávio entendendo isso, a gente viu que seria fundamental pra gente não ficar só na camada da briga, do embate, da discussão, que a gente sempre estivesse conectado e tivesse sempre esse laço do amor entre os dois”, diz Gabriel.
Já para a construção de Pedro Dom, Gabriel conta que se orientou muito pela visão que o pai Victor passou sobre o filho e como ele ao mesmo tempo poderia ser uma pessoa muito solar, querida por onde passava, e, na contramão, o mesmo jovem entregue ao vício capaz de se destruir e destruir a sua família e suas relações. "Se você pesquisar, você vai achar muito pouco sobre o Pedro. E o que você encontra geralmente é sensacionalista, muitas coisas são deturpadas. E esse foi inclusive um dos motivos para o Victor ir atrás do Breno para ele contar essa história. O intuito nunca foi de passar pano para ele ou glamourizar”, finaliza.
Parte do bonde do Dom, as atrizes Isabella Santoni e Raquel Vellar também participaram da coletiva e falaram um pouco sobre a construção de suas personagens. Na pele de Viviane, uma jovem branca de classe média, Isabella precisou fazer aulas de pole dance, musculação e pesquisou sobre a cena musical funk dos anos 2000. “O Baile Charme foi algo que eu usei de referência”, diz.
Para dar vida à Jasmin, Raquel conta que assistiu a alguns documentários, como Funk Rio e Meninas, da Sandra Werneck. Interpretando uma moradora de uma comunidade, órfã e vítima de um relacionamento abusivo, Raquel comenta ainda sobre como evitou os estereótipos para que Jasmin pudesse nascer. “Eu procurei ter um caminho mais humano, tentar ver essa pessoa além dessa forma que às vezes a gente tem ao ler o roteiro”.