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Dramas de época se destacam no 10º dia do Festival de Cannes

24 mai 2013 - 16h07
(atualizado às 20h22)
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O debate nos Estados Unidos sobre a imigração encontra ecos em um drama de época que estreou no festival de cinema de Cannes nesta sexta-feira (24), que tem como tema central a história de uma polonesa que chega a Ellis Island, local de entrada dos imigrantes em Nova York, e luta para sobreviver na cidade nos anos 1920.

A Imigrante tem no elenco a atriz francesa Marion Cotillard, ganhadora do Oscar, como a imigrante Ewa, que no filme fala polonês e inglês, e os atores Joaquin Phoenix e Jeremy Renner como os dois homens com quem ela se envolve ao ser forçada a se prostituir.

O filme compete com outro drama de época que também estreou nesta sexta-feira, Michael Kohlhaas, que tem em destaque o dinamarquês Mads Mikkelsen, vencedor da Palma de Ouro de melhor ator no festival do ano passado.

As duas produções estão na disputa da principal premiação do festival, a Palma de Ouro, que será entregue no domingo (26) no encerramento do Festival de Cannes, na Riviera Francesa. As muitas cenas em Ellis Island, em A Imigrante, primeiro filme de época do diretor James Gray, e sua quarta participação na principal premiação da mostra de Cannes, demonstra sua simpatia pelas pessoas que buscam fazer a vida na América.

"É um pecado tentar sobreviver?" pergunta Ewa no filme. O filme está sendo lançado num momento em que o Congresso dos Estados Unidos debate mudanças na lei de imigração, algo que poderá afetar a vida de 11 milhões de imigrantes ilegais no país. Em vista disso, Gray disse a repórteres que as críticas feitas aos italianos e judeus na virada do século passado estão sendo hoje transferidas para os mexicanos.

"Sou descaradamente pró-imigração", afirmou Gray. "Você tem de aceitar o fato de que isso é algo que enriquece a sociedade, não degrada a sociedade, e eu gostaria que nós nos libertássemos do racismo, de preconceito."

A região do Lower East Side, em Nova York, com suas ruas barulhentas, efervescentes, exalando humanidade e repletas de cortiços e bares toscos são retratadas com vivacidade no filme, que recebeu tanto críticas positivas como negativas.

Michael Kohlhaas, do diretor francês Arnaud des Pallieres, é baseado num romance alemão do século 19, de Heinrich von Kleist, sobre um negociante de cavalos da França do século 16 que pega em armas contra um senhor corrupto que o enganou.

Depois que o nobre toma dois de seus cavalos e sua mulher é morta ao tentar recuperá-los, Kohlhaas resolve fazer justiça com as próprias mãos, organizando um pequeno exército numa região do sul da França. Os críticos aplaudiram as imagens do filme, mas a maioria apontou deficiências no roteiro e nos personagens que limitariam a tensão dramática.

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