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Em primeira edição, D23 Brasil empolga, mas não traduz grandiosidade da Disney

Evento que acontece pela primeira vez no Brasil traz acertos e empolga público, mas não sem alguns tropeços.

11 nov 2024 - 14h53
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Foto: Imagem: Divulgação / Rolling Stone Brasil

A Disney apostou alto na D23 Brasil. O evento já consagrado nos Estados Unidos fez sua primeira edição na América Latina neste fim de semana, com a promessa de levar os aficionados pela Casa do Mickey Mouse à loucura. Mas a sensação geral é que, apesar das grandes pretensões, o resultado ficou aquém das expectativas.

De fato, milhares de pessoas se reuniram no Transamerica Expo Center, na zona sul de São Paulo, entre a sexta (8) e o domingo (10), e filas de fãs para entrar nos estandes era o que mais se via em todos os cantos da feira. Ainda assim, bastava circular pelo espaço com um pouco mais de atenção para perceber que faltavam ofertas para um público que participava das brincadeiras na expectativa por um brinde ou algum tipo de interação que rendesse imagens divertidas. 

A verdade é que a D23 desembarca no Brasil para abocanhar um público habituado a megaeventos, sobretudo considerando o quão estabelecida já está a CCXP, cuja próxima edição acontece em menos de um mês. Por isso, é difícil fugir de comparações entre uma em outra.

Em determinados pontos, não dá para fugir de certos problemas em qualquer convenção de fãs no estilo de uma Comic-Con. A estrutura, de modo geral, é a mesma para todas elas: há alguns expositores e atividades interativas espalhadas pelo local, cada uma dedicada a um filme, série ou franquia sendo divulgada naquele momento. Nesses espaços, os fãs geralmente podem tirar fotos, gravar vídeos e participar de algum tipo de atividade. Isso serve para ajudar a promover aquele conteúdo e também para fidelizar aquele público. Em troca, as pessoas levam alguma lembrancinha -- geralmente um pôster, um pin ou uma ecobag. 

Isso tudo, é claro, divide espaço com lojinhas e os painéis, que contam com a presença de atores, produtores e diretores que vão ali para divulgar seus próximos trabalhos. É ali que são lançados trailers exclusivos ou são feitos grandes anúncios como, por exemplo, o retorno de Robert Downey Jr. ao Universo Cinematográfico Marvel. 

Neste sentido, a experiência de estar mais próximo do sonho de viver a Disney compartilhou espaço com a frustração na D23 Brasil. Para quem está acostumado a participar de eventos do tipo, é notório que faltou criatividade nos expositores -- a grande maioria era apenas um simples cenário de papelão sem grandes atrativos. O cenário de "Tron: Ares", por exemplo -- filme que ganhou um trailer inédito em um painel na sexta (8) -- ficou completamente esquecido, jogado ao lado de um cenário igualmente simples do live-action de "Branca de Neve" que só formou fila nas poucas ocasiões em que havia uma bolsa de brinde para quem fizesse uma foto. 

Paralelo à pouca variedade, o excesso de filas, corriqueiro nesse tipo de convenção, também incomodou alguns presentes. A ativação da série "O Urso" era uma das que estavam constantemente lotadas -- há de se considerar que, além de a série ser um fenômeno, a atividade estava badalada porque presenteava os ganhadores com um avental de cozinha da série, e consolava quem não conseguisse terminar o quebra-cabeças com um pin colecionável. Por ser a mais disputada, seria interessante fazer com que a rotatividade fosse mais rápida.

Mesmo assim, o mais interessante de uma D23 são os painéis, que contam com astros e estrelas dos estúdios da Disney e grandes novidades dos próximos lançamentos em filmes e séries.

Embora a presença de nomes grandes como Kevin Feige, Charlie Cox, Vincent D'Onofrio, Anthony Mackie e David Harbour tenha agitado fãs da Marvel, a percepção é que faltaram mais oportunidades de ouvir os talentos da casa conversar com a audiência. Além disso, não havia opções de programação paralela para quem perdesse os grandes painéis na Arena D23. Parece um mal-aproveitamento trazer tantos grandes talentos para o Brasil e não explorar um pouco mais a presença dos mesmos com aquela que é considerada a base de fãs mais calorosa do mundo.

Considerando que a D23 Brasil foi uma "experiência Disney", fica muito claro em vários sentidos que muitas dessas falhas são consequências de isso estar sendo feito pela primeira vez. Mas para se manter e fazer jus ao hype, é necessário aprimorar para que o evento não fique parecendo uma versão "de bolso" da D23 Expo. 

Fonte: Redação Entre Telas
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