ESTREIA–“As aventuras de Paddington” faz um bom trabalho ao levar ursinho aos cinemas
O ursinho de pelúcia Paddington é uma espécie de ícone da cultura pop inglesa, algo como, digamos, um James Bond. Apesar de algumas incursões à TV, o animal nunca havia tido seu longa de cinema, o que agora acontece nesta adaptação, que estreia no Brasil apenas em cópias dubladas. Como é de se esperar, é um filme-família que mira mais no público infantil, mas se esforça para não entediar os adultos acompanhantes.
A história começa com um filme antigo de um explorador inglês, Montgomery Clide (Tim Downie), nas florestas do Peru, onde se torna amigo de um casal de irmãos ursos, aos quais promete amizade e hospedagem “caso estejam algum dia em Londres”, além de ensinar-lhes um pouco da língua inglesa.
Anos mais tarde, o sobrinho deles, um urso órfão (dublado por Danilo Gentili), acaba sendo mandado para a Inglaterra depois de um acidente natural no local onde mora. Sua tia espera que ele consiga um lar, como os órfãos da Segunda Guerra. Por isso, coloca um aviso pendurado em seu pescoço. Ele é encontrado pela família Brown, na estação de Paddington – daí seu nome.
O Sr. Brown (Hugh Bonneville), pragmático que é, não gosta muito da ideia. Mas sua mulher, a Sra. Brown (Sally Hawkins), que é ilustradora e dada a fazer caridades, o convence a dar abrigo ao urso até que encontrem o explorador que lhe prometeu um lar. Os filhos reagem de formas opostas: o caçula Jonathan (Samuel Joslin) fica feliz em ter um amigo. Mas Judy (Madeleine Harris), que é adolescente, não gosta nada da ideia, acreditando que o animal só será motivo de vergonha.
Ao mesmo tempo, uma taxidermista (Nicole Kidman), que trabalha no Museu de História Natural, fica sabendo da chegada do urso a Londres, e, pela raridade do animal, fica interessada em empalhá-lo e colocá-lo em exposição.
A trama do filme consiste, basicamente, nas trapalhadas do urso tentando se ajustar a um ambiente que não é o seu – e pode ser mais inóspito que uma floresta peruana –, além de fugir da vilã.
O humor é, claro, tipicamente britânico - especialmente com o ranzinza Sr. Brown – e um tanto ingênuo para o público infantil. E o urso, enquanto personagem animado, transita entre o real e o lúdico – afinal, um urso que fala e se comporta como humano não pode ser encarado como algo realista.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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