Fear The Walking Dead: Cliff Curtis fala sobre retorno da série (Entrevista exclusiva)
Conversamos com o intérprete de Travis Manawa no spin-off de The Walking Dead.
Fear The Walking Dead retornou às telinhas do AMC no último domingo, 21 de agosto, para a segunda metade da segunda temporada da produção. O episódio foi totalmente dedicado a Nick, personagem de Frank Dillane, que se afastou de toda família. Nos próximos capítulos, a série deve voltar a centrar nos núcleos Travis/Chris e Madison & cia.
O AdoroCinema conversou com exclusividade com o ator Cliff Curtis (Travis) sobre o retorno de FTWD. Ele falou sobre o futuro da série e de seu personagem, e abordou a transformação de seu professor, que já não é um mero professor de inglês. Confira a entrevista na íntegra!
Você pode nos atualizar quanto a situação de Travis a medida que entramos na segunda metade da segunda temporada? O que podemos esperar dele?
Travis está tentando escapar de sua relação com Madison. Até onde ele sabe, ela está segura com Alicia, sob os cuidados de Strand e das pessoas de Celia. Ele não tem ideia de que o local pegou fogo, acha que estão todos seguros lá e a única pessoa vulnerável é seu filho Chris, e ele sai pelo mundo para tentar encontrar Chris e quando ele o encontra, ele se dá conta que Chris não está bem e que ele vai ter que se comprometer a achar uma maneira de salvar seu filho, mesmo que isso queira dizer não voltar para a segurança do complexo. É isso que ele tem que fazer, até que seu filho esteja bem de novo, para trazê-lo consigo de volta. O plano é esse, agora, quanto a o que vai acontecer, acho que ele vai ser muito desafiado por Chris. Isso é o mais interessante dessa relação, para mim: Chris está certo ou errado? Ele está tão adaptado a nova realidade que os outros vão ter que se esforçar para lhe alcançar, ou ele tem que ser confinado para ser trazido ao normal? Travis vai ter que lidar com o significado disso. Ele vai ter que procurar uma cura para Chris, ou seria cruel querer curá-lo? Ele será capaz de ajudar Chris, ou o que ele está fazendo é simplesmente o que ele precisa fazer? É uma situação difícil, você olhar para o seu filho e pensar "bom, não há mais nada que eu possa fazer aqui. A situação dessa criança está além da minha compreensão e talvez ela saiba mais que eu sobre o mundo".
Acho que uma das coisas que a audiência vai querer é ver Travis e Chris reunidos com o resto do grupo. Podemos esperar ver isso?
Acho que é isso que o Travis quer também. Dar um jeito no Chris e trazê-lo de volta para a família. O que ele não sabe é que o complexo foi derrubado e a família está separada. Travis não sabe que Nick saiu sozinho, que Celia se foi ou onde está Salazar.
Conversamos com você antes do começo da série e então descreveu o Travis como um simples professor de inglês sem instintos assassinos. Como você o vê hoje?
Ele ainda luta com isso. Acho que ele vai se adaptar, com um pouco de evolução, e se tornar um sobrevivente, mesmo que isso queira dizer matar. Não estou dizendo que vai ser fácil. Ele é quem mais sofre com isso.
Sabemos que uma das principais características de Travis é seu otimismo. Você acha que ele conseguirá manter isso?
Acho que se ele perder o otimismo, deixa de ser Travis. Acho que vai se tornar uma questão de se agarrar à esperança. Porque ele também vai ter que fazer o que for preciso para sobreviver lá fora. Mas acho que ele não vai se tornar um sobrevivente perfeito, porque ele é um ser humano falho. Vai ser uma jornada difícil. Não acho que existe um caminho fácil para Travis. Vai ser um caminho lento e traiçoeiro.
E pensando um pouco mais sobre otimismo e esperança, no universo de Fear the Walking Dead, você acha que um pensamento positivo ou negativo é algo que você precisa para sobreviver?
Sim, acho que você precisa. Não necessariamente otimismo, ou mesmo esperança, mas quando a esperança acaba a humanidade se vira para a fé, e a fé é baseada no que você acredita ser possível. Acreditar em coisas que são ou não reais. É uma habilidade que seres humanos têm. Ter fé quando não há mais esperança. Acho que essa é a chave para ser humano. A fé que podemos sobreviver, e que vale a pena sobreviver. E se perdemos essa fé, o que é algo muito humano também. Mas ir do otimismo à esperança e ao medo parece inerente à humanidade. E quando você perde a fé, você está morto.
Então, com a sua experiência de aparecer na série, você acha que está preparado caso aconteça um apocalipse?
Não sei, acho que estou inclinado nessa direção por conta da série, mas não penso muito nisso. Não me parece irreal que algum colapso aconteça, não com zumbis. Temos a sorte de viver num país de primeiro mundo com algum grau de segurança, mas se você viaja o mundo, encontra seres humanos em situações financeiras péssimas, em estado de sobrevivência mesmo. Parte de mim pensa "bom, se o pior acontecer, eu tenho que estar pronto para sobreviver". Acho que esse trabalho me fez refletir sobre isso mais do que teria sido de outra forma. Estou mais tipo "ok, vamos seguir em frente". E nem acho que olharia para trás.
Tem algum outro personagem na série que você gostaria de interpretar? Qual?
Uau... Eu gosto muito do Salazar. Ele é meu personagem favorito porque eu sei quem ele é e o entendo. Mas acho que Strand é o personagem mais legal da série, pessoalmente. Ele tem um iate muito legal e ele entende bastante o apocalipse. Apesar de que não sei o que vai acontecer com Salazar, porque acho que ele tem mais chances de sobreviver. Não sei o que vai acontecer com Strand e seu iate.
Você está trabalhando em outros projetos no momento ou num futuro próximo?
Estou assinando para um filme na Nova Zelândia. Deve estar tudo certo até o fim dessa semana mas acho que já posso responder isso agora. É isso que eu vou estar fazendo entre esse momento e o retorno para as gravações da terceira temporada da série.