Fernanda Torres dedica prêmio à mãe: ‘A Arte dura na vida’
Brasileira fez história ao conquista Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz de Drama
Fernanda Torres lembrou da mãe em seu discurso após vencer o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz de Drama pela sua atuação como Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui. Em 1999, Fernanda Montenegro foi indicada por Central do Brasil, mas viu mas Cate Blanchett sair vitoriosa.
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“Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia! Ela estava aqui há vinte e cinco anos. Isso é uma prova de que a arte dura na vida até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva passou. Com tantos problemas hoje no mundo, tanto medo, esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esse”, afirmou.
A artista brasileira também fez um agradecimento especial a Walter Sales: "Foi um ano incrível para os desempenhos de tantas atrizes aqui que eu admiro tanto. Claro, que quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo. Que história, Walter!."
Ainda Estou Aqui, protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e conta a história da família Paiva, que foi destruída pelo regime militar durante o período da ditadura. A personagem principal da história é Eunice Paiva (Fernanda Torres), esposa de Rubens Paiva (Selton Mello), deputado que foi cassado durante o golpe de 1964, chegou a ficar exilado, foi levado pelos militares e nunca voltou para casa.
Eunice dedica a sua vida a conseguir provar que o marido foi morto pelos oficiais logo após ser preso. Ela também chegou a ser levada para “prestar esclarecimentos”, mas acabou liberada após 12 dias em uma cela isolada sem ver a luz do sol. Eliana, uma dos cinco filhos do casal, ficou detida por 24 horas.
Uma das cenas mais marcantes acontece quando Eunice finalmente consegue a certidão de óbito do marido. Rubens Paiva foi morto em janeiro de 1971, mas o documento só saiu em 1996 após lei do governo Fernando Henrique Cardoso que determinou que as pessoas desaparecidas durante a ditadura fossem consideradas mortas. Eunice foi um importante nome na luta para esse reconhecimento.