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Festival de Toronto 2017: Gary Oldman é a aposta mais certeira na corrida ao Oscar até aqui

Depois da performance em O Destino de uma Nação, sobram quatro vagas na disputa de melhor ator.

14 set 2017 - 07h30
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Se Nicole Kidman (As Horas) ganhou seu Oscar de melhor atriz "por um nariz", como anunciou Denzel Washington na cerimônia de 2003, "um queixo duplo" pode tirar Gary Oldman da lista de "grandes atores que nunca ganharam um Oscar". Sob um extensivo trabalho de maquiagem e próteses, mal dá para reconhecê-lo em O Destino de uma Nação - exibido no Festival de Toronto (TIFF) -, no qual ele interpreta o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill (ao qual ainda foi acrescida uma barriga à la Hitchcock).

Foto: Divulgação / AdoroCinema

Mas, sim, trata-se do intérprete do comissário Gordon da trilogia do "Cavaleiro das Trevas" por baixo de tanto enchimento (confira no vídeo abaixo). Pelo menos desta vez, nunca antes na história de Hollywood se fez um trabalho tão convincente de caracterização/ envelhecimento que não soasse inadequado e/ou distraísse a atenção do espectador.

Ao lado da companheira de elenco Kristin Scott Thomas no Festival de Toronto.

O filme de Joe Wright (Desejo e Reparação) se passa em 1940, quando Adolf Hitler ameaçava a Europa Ocidental. Recém-empossado no cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, cabe a Winston Churchill decidir se discute os termos de paz com o ditador ou se bate o pé contra o inimigo alemão, o que resultou na famosa evacuação de Dunquerque, episódio retratado no último filme de Christopher Nolan.

O estadista é por definição o oposto do carisma. E, apesar da romantização inerente ao retrato das histórias reais pela lente do cinema, o filme o apresenta pelos seus defeitos. "Eles vão te amar porque sabem que você é imperfeito", profetiza a Sra. Churchill vivida por Kristin Scott Thomas. A produção é um prato cheio para que Oldman ironize, gagueje, esbraveje. E ele convence, com um registro vigoroso, de pura imersão (crítica completa aqui).

Em cena, irreconhecível.

A despeito do trabalho, em si, do ator, digno de prêmio, outros três fatores contam a favor de Oldman na corrida ao Oscar: 1) trata-se da típica performance exaltada numa produção pomposa baseada em fatos reais, que a Academia costuma valorizar; 2) beirando os 60 anos de idade, grande parte deles dedicados à carreira, ele só foi indicado uma única vez à estatueta, por O Espião que Sabia Demais (2011); 3) a concorrência, pelo menos por enquanto, não é das mais fortes.

Um dos nomes mais ventilados no TIFF é o de Jake Gyllenhaal, por seu papel em O que te Faz Mais Forte. O filme, focado em uma história real de superação, resvala para um tom patriótico que colava mais com o perfil do Oscar de uma década atrás. Andrew Garfield pode surpreender com o "A Teoria de Tudo da vez", Breathe, e abocanhar uma segunda indicação consecutiva. E The Current War, versão 2017 para O Jogo da Imitação, produzido pelos mesmos irmãos Weinstein, protagonizado pelo mesmo Benedict Cumberbatch, talvez renda uma nova menção ao ator de Doutor Estranho.

Tudo suposição. Certeza mesmo, só o fato de que Gary Oldman é o nome a ser batido esse ano.

AdoroCinema
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