Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Alec Baldwin: como a tecnologia pode evitar acidentes fatais no set?

Caso do ator, que pode ser processado por homicídio culposo pela morte de Halyna Hutchins, acelerou uso de efeitos digitais.

20 jan 2023 - 08h51
(atualizado às 11h39)
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Reprodução/Redes Sociais

AP - Especialistas em produção de filmes e armas de fogo dizem que os sets de filmagem mudaram permanentemente depois que a diretora de fotografia Halyna Hutchins foi baleada e morta no set de faroeste 'Rust', no Novo México, 14 meses atrás, levando ao anúncio dos promotores na quinta-feira (19) de que Alec Baldwin e a supervisora de armas do filme, Hannah Gutierrez-Reed, serão acusados de homicídio culposo até o final deste mês.

"A experiência de segurança com armas no set se tornou mais clara, muito mais discutida", disse Joey Dillon, um armeiro que supervisionou o uso de armas de fogo em programas de televisão como 'Westworlde filmes como 'A Balada de Buster Scruggs'. "Eu mesmo deixo agora tudo mais evidente."

Baldwin estava apontando a arma carregada que matou Hutchins enquanto eles preparavam um tiro para uma cena seguinte. Pessoas em vários níveis de produção estão determinadas a garantir que isso nunca aconteça novamente.

Isso provocou o uso crescente de tecnologias digitais e outras que poderiam tornar obsoletos os disparos de qualquer tipo. Também significou coisas mais simples, como gritar ao usar os mesmos protocolos de segurança há muito tempo para deixar claro para todos quando uma arma está presente e qual é o seu status.

"Agora as pessoas querem verificar", disse Dillon. "Agora paro o processo de filmagem somente para mostrar a todos a segurança da arma, para que se sintam confortáveis."

Embora verificar uma arma por conta própria possa ser do interesse dos atores, continua a discussão sobre qual responsabilidade eles têm por fazer isso e será uma questão central para os jurados caso o caso de Baldwin vá a julgamento.

O sindicato e o advogado do ator dizem que esse ônus não pode ser colocado nas mãos dos artistas.

"O trabalho de um ator não é ser um especialista em armas de fogo ou armas", disse o Screen Actors Guild em um comunicado na quinta-feira (19). "As armas de fogo são fornecidas para seu uso sob a orientação de vários profissionais especializados, que são diretamente responsáveis pela operação segura e precisa dessa arma de fogo."

O advogado de defesa de Baldwin, Luke Nikas, disse em comunicado que o ator fez seu trabalho confiando "nos profissionais com quem trabalhou, que lhe garantiram que a arma não tinha munição real".

A promotora distrital de Santa Fé, Mary Carmack-Altwies, discorda.

"Cabe a qualquer um que empunhar uma arma certificar-se de que ela não está carregada ou saber com o que está carregada", disse ela. "E certamente não apontar para alguém e puxar o gatilho. É aí que entra a responsabilidade do ator, na minha opinião."

Ela também enfatizou que, embora Baldwin seja acusado de ser o homem com a arma na mão, seu papel como produtor lhe confere responsabilidade parcial pelas condições negligentes que o levaram a ter uma arma carregada. Isso foi levado em consideração na decisão de manter as acusações.

Hannah Gutierrez-Reed, que supervisionou as armas de fogo do filme, também será acusada de homicídio culposo, disse o promotor distrital.

Seu advogado, Jason Bowles, disse em um comunicado que eles "trariam toda a verdade à tona e que ela" seria exonerada de irregularidades por um júri.

A tecnologia pode tirar totalmente a questão da segurança das mãos dos atores.

As produções já estavam usando efeitos digitais para simular o flash e o estrondo de tiros com mais frequência, mas a morte de Hutchins certamente acelerou a mudança.

"Existem muitas maneiras ruins de o digital assumir o controle, mas essa é uma boa maneira", disse Spencer Parsons, professor associado e chefe de produção da Northwestern University, no departamento de Rádio/Televisão/Filme da Escola de Comunicação, que já trabalhou como diretor e em outras funções em qualquer set. "Não estou dizendo que não há um bom motivo para usar pirotecnia real, mas, em termos de segurança e velocidade básicas, isso faz sentido."

E quando se trata de hardware, as empresas têm feito réplicas cada vez mais convincentes, armas essencialmente aprimoradas com partes móveis que se comportam como pistolas, mas não disparam balas. Os sons são adicionados na pós-produção.

Dillon disse que balas fictícias, aquelas usadas em cenas em que os personagens são mostrados carregando armas, são mais propensas a resultar em erros como o que aconteceu em 'Rust', pois se parecem com munições reais e podem ser confundidas com elas.

Ele se disse frustrado porque "isso pode transmitir acidentalmente ao elenco e à equipe que fomos desleixados", o que vinha os mantendo sob um perigo desnecessário.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade