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Anna Muylaert inverte papéis de gênero em novo filme e reflete: 'Existem Oscars e Oscars'

Em entrevista ao 'Estadão', cineasta fala sobre seu longa 'O Clube das Mulheres de Negócios', estreia da semana, e questiona a pouca mobilização em torno das indicações de mulheres brasileiras ao Oscar nos últimos anos

29 nov 2024 - 11h30
(atualizado às 18h03)
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No mundo de O Clube das Mulheres de Negócios, estreia dos cinemas desta quinta-feira, 28, são as mulheres que detém todo o poder - econômico, social e político. A inversão de papéis de gênero é o ponto de partida para a sátira escrita e dirigida por Anna Muylaert, que se propõe a discutir não só o sexismo, como também o poder em si.

Foto da cineasta brasileira Anna Muylaert
Foto da cineasta brasileira Anna Muylaert
Foto: Gleeson Paulino/Divulgação / Estadão

A cineasta começou a trabalhar no longa em 2016, na esteira do sucesso de seu Que Horas Ela Volta? (2015). Não por acaso, um ano antes da eclosão do #MeToo, movimento que ganhou força com a divulgação de casos de assédio sexual em Hollywood e passou a dar voz a vítimas de abuso. "Foi um ano em que as mulheres estavam muito inflamadas com a questão de gênero, de injustiças, principalmente no trabalho", conta ela em entrevista ao Estadão.

O cinema hoje

Muylaert também tem refletido sobre o papel do cinema em um mundo mediado por telas e redes sociais. "Antigamente, tinha um mundo real e o mundo audiovisual. A gente ia no cinema ver um filme, mas hoje o audiovisual faz parte da nossa vida. O cinema é uma das fatias dessa pizza desse grande audiovisual. Até para fazer uma receita você pega um vídeo no YouTube, o mundo foi migrando do real para o audiovisual."

"Acho que o cinema, a literatura ou o teatro, as peças de uma hora uma hora e meia, 2 horas, sempre serão um refúgio. Mas ainda não sabemos o lugar que eles vão ter nesse novo grande jogo. Este é um momento em que podem surgir novos formatos", acrescenta.

Um impacto que ela já sente, como criadora e como espectadora, está na velocidade das produções audiovisuais. "Os filmes estão um pouco mais rápidos do que eram há dez anos. A tendência da contemplação está diminuindo", diz ela, que credita esse movimento aos streaming: "Os americanos estão colocando novos modelos tanto de produção quanto de narrativas velozes, com algumas regras, como a primeira cena ter que ser muito forte para o cara não trocar o canal. Eles sabem minuto a minuto onde a pessoa largou o filme ou não."

Estadão
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