"Carlota Joaquina", marco da retomada do cinema brasileiro, será relançado para celebrar 30 anos
Comédia histórica de Claudia Camurati voltará às telas em cópias remasterizadas para exibições especiais
Relançamento em 30 cidades
O longa "Carlota Joaquina, a Princesa do Brazil" completa 30 anos em 2025 e será remasterizado para um relançamento em grande escala. A diretora Carla Camurati revelou que o filme será exibido em 30 cidades brasileiras e prometeu uma experiência aprimorada.
"Acho que vai ficar um estouro, porque a fotografia do Breno [Silveira] é maravilhosa. A música do André Abujamra também é bárbara, então o som remasterizado vai ficar lindo", afirmou em entrevista ao Splash.
O relançamento está previsto para ocorrer ainda em 2025, com expectativa de estreia no máximo até o início do segundo semestre. Além disso, a diretora informou que sessões fechadas podem ser organizadas mediante contato com a produtora Copacabana Filmes. A proposta é que o filme também seja exibido em escolas, visando apresentar a produção a uma nova geração de espectadores.
A Retomada
Lançado em 1995, "Carlota Joaquina" chegou às telas em um momento de crise na produção cinematográfica nacional. Em 1990, a extinção da Embrafilme pelo governo Collor praticamente paralisou o setor, reduzindo os lançamentos nacionais de uma média de 80 por ano, nos anos 1980, para apenas três em 1992.
A reestruturação começou com a criação da Lei de Incentivo à Cultura, em 1991, e a Lei do Audiovisual, em 1993. Mas elas demoraram a começar a ser aplicadas. Sem o suporte das leis de incentivo, o filme foi rodado em etapas. "A gente só tinha dinheiro para filmar uma semana por vez", explicou a diretora. Ao todo, a produção foi concluída em cinco semanas ao longo de seis meses.
A cada nova captação de recursos, Camurati promovia reuniões com empresas privadas para apresentar o material já gravado e garantir o financiamento das próximas filmagens. O orçamento total da obra foi de R$ 500 mil, um valor modesto para uma produção cinematográfica.
Com o sucesso nas bilheterias, os custos mais que se pagaram. Graças ao fenômeno, "Carlota Joaquina" marcou a chamada Retomada do cinema brasileiro. O filme virou a página do sucateamento do setor durante o governo Collor e abriu caminho para produções como "Central do Brasil" (1998) e "Cidade de Deus" (2002).