Conheça o caso do "suicídio mais longo da história de Hollywood"
Apesar de tudo, Montgomery Clift segue sendo lembrado como um dos maiores atores de sua geração.
A vida de Montgomery Clift foi tão intensa quanto os personagens que ele interpretou. Sensível, absurdamente talentoso e dono de uma beleza fascinante, o astro da Era de Ouro de Hollywood deixou sua marca no cinema e, apesar do fim trágico, segue sendo lembrado até hoje como um dos maiores atores de sua geração.
Nascido em Omaha, cidade do estado americano de Nebraska, no dia 17 de outubro de 1920, Edward Montgomery Clift cresceu em uma família de classe média alta e foi educado como aristocrata. Se apaixonou pelo teatro na adolescência, e decidiu abandonar a escola para focar no sonho de ser um grande ator. Aos 13 anos, o jovem Clift estreou na Broadway.
ÍCONE DA ERA DE OURO
Monty, como era conhecido, conquistou os palcos e criou uma carreira de sucesso na Broadway. Apesar de receber diversos convites para atuar nas telonas, permaneceu somente no teatro por dez anos. Montgomery participou de uma das primeiras produções teatrais transmitidas no início da televisão nos Estados Unidos, e também foi um dos primeiros atores de Hollywood a buscar capacitação técnica para exercer a profissão.
Sua carreira no cinema começou no filme 'Rio Vermelho' (1948), de Howard Hawks, e logo foi se tornando um dos maiores ícones da Era de Ouro de Hollywood. Clift também se destacou em longas de sucesso, como 'Um Lugar ao Sol' (1951), 'A Um Passo da Eternidade' (1953) e 'Os Desajustados' (1961). Monty foi o responsável por criar um novo tipo de protagonista: um homem sensível, vulnerável e com uma beleza melancólica, diferente dos galãs que vieram antes dele. Seu trabalho foi reconhecido e o ator recebeu quatro indicações ao Oscar, sendo três delas para Melhor Ator e uma para Melhor Ator Coadjuvante. Além disso, foi indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA.
A sexualidade do ator era constantemente questionada na mídia, por isso, manteve sua vida pessoal privada. Apesar do sucesso e do talento inquestionável, as experiências de Montgomery nos estúdios de filmagens nem sempre eram boas. Ele sofria diversas ofensas homofóbicas e um tratamento diferenciado por alguns diretores e atores, como John Wayne e Walter Brennan.
O ACIDENTE QUE MUDOU SUA VIDA
Sua vida mudou drasticamente em 1956, durante as filmagens de 'A Árvore da Vida'. Após sair bêbado de uma festa na casa de Elizabeth Taylor, uma de suas melhores amigas, Monty bateu o carro em um poste telefônico e sofreu um grave acidente. O automóvel foi destruído, assim como o seu rosto, que ficou desfigurado. As filmagens do longa foram pausadas por dois meses, até a recuperação do ator. Durante esse tempo, Montgomery se escondeu dos holofotes no famoso hotel Chateau Marmont, e lá só recebia visitas de Elizabeth.
Para tentar amenizar as fortes dores que sentia após o acidente, Monty acabou desenvolvendo uma grande dependência em barbitúricos, álcool e drogas. O ator entrou em depressão e, aos poucos, foi se autodestruindo. Esse episódio da vida de Clift é conhecido como o "suicídio mais longo vivido em Hollywood".
O TRISTE FIM EM 1966
Após passar por diversas cirurgias plásticas e se recuperar da batida, Montgomery voltou ao trabalho e participou de alguns filmes, incluindo 'Os Desajustados' (1961), de John Huston, longa que atuou ao lado de Marilyn Monroe e Clark Gable. Monroe, que passava por grandes problemas na época, descreveu o ator como "a única pessoa que conheço que está pior do que eu".
Sua condição de saúde só piorava e isso afetou diretamente a carreira de Monty. Após anos de sofrimento, o astro de Hollywood foi encontrado morto em seu apartamento em Nova York, no dia 23 de julho de 1966, ao 45 anos de idade. A autópsia concluiu que o ator faleceu devido a uma parada cardíaca.
'MAKING MONTGOMERY CLIFT'
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