'Creed III' e filmes do Oscar agitam programação de cinema
São nove novidades ao todo; confira!
A continuação da franquia 'Creed' é a estreia mais ampla desta quinta (2) nos cinemas brasileiros, que também vão receber dois filmes do Oscar 2023: 'Entre Mulheres', que concorre a Melhor Filme, e 'Close', na disputa de Melhor Filme Internacional.
A maioria dos lançamentos chega em circuito limitado. E isso inclui o bom suspense 'Desaparecida', exemplar da nova estética "desktop film", e o terror retrô 'Duas Bruxas - Herança Diabólica'. São nove novidades ao todo. Confira abaixo cada uma delas.
| 'CREED III' |
O terceiro filme da franquia, que começou como spin-off de 'Rocky', destaca a rivalidade e o confronto entre o personagem-título (vivido por Michael B. Jordan) e o desafiante Damien, interpretado por Jonathan Majors ('Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania'). Ex-amigo que tomou caminho distinto, Damien sai da prisão acreditando que Creed viveu a vida que ele merecia e pretende reivindicar tudo para si mesmo, vencendo-o no ringue.
Além de estrelar a franquia, Jordan também faz sua estreia como diretor nessa continuação, que volta a contar com as participações das atrizes Tessa Thompson e Phylicia Rashad, mas perdeu Sylvester Stallone. O ator veterano decidiu aposentar Rocky Balboa.
O roteiro é de Zach Baylin ('King Richard') e Keenan Coogler (roteirista de 'Space Jam: O Novo Legado' e irmão do diretor do primeiro 'Creed', Ryan Coogler), e o resultado supera o longa anterior, saindo definitivamente da sombra de 'Rocky'.
| 'ENTRE MULHERES' |
Concorrente do Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, o novo drama de Sarah Polley ('Longe Dela') reúne um espetacular elenco feminino para contar uma história de rebelião. A trama se passa em 2010 numa comunidade religiosa isolada, quando mulheres submissas resolvem conversar entre si sobre os abusos, inclusive sexuais, que sofrem dos maridos e de outros homens. Impedidas de protestar devido à sua fé, elas começam a questionar tudo, divididas entre se submeter ou enfrentar o patriarcado, correndo o risco de perder o único mundo que já conheceram – abrindo mão também, conforme suas crenças, da chance de ir para o Céu.
O elenco é encabeçado por Rooney Mara e Claire Foy, que curiosamente já viveram versões diferentes da mesma personagem no cinema, respectivamente em 'Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres' (2011) e 'Millennium: A Garota na Teia de Aranha' (2018), além de Jessie Buckley ('A Filha Perdida'), Judith Ivey ('Hospital New Amsterdam'), Ben Whishaw ('007: Sem Tempo para Morrer') e Frances McDormand ('Nomadland').
| 'CLOSE' |
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional, o drama do premiado diretor belga Lukas Dhont ('Girl') narra a intensa amizade entre dois garotos de 13 anos de idade, Leo e Remi, que é interrompida de modo súbito por Remi, quando os coleguinhas de aula começam a insinuar que os dois são gays. Lutando para entender o que aconteceu, Leo vê a amizade se transformar em ódio.
Vencedor de 38 premiações internacionais, incluindo o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes e o Prêmio do Público do Festival Mix Brasil, o filme é elogiadíssimo por sua abordagem terna do tema da inocência perdida e tem 90% de aprovação no Rotten Tomatoes.
| 'DESAPARECIDA' |
Continuação temática de 'Buscando…' (2018), o filme usa a mesma abordagem estética, mas apresenta novos personagens e uma mudança na dinâmica da situação: em vez de ser um pai buscando pela filha (como no original), agora é uma filha que investiga o desaparecimento da mãe. Storm Reid ('Euphoria') passa o final de semana sozinha enquanto sua mãe (Nia Long, de 'Como Seria Se…?') viaja com o namorado. Porém, ao notar o sumiço da mãe e sem ajuda da polícia, a jovem resolve investigar o que aconteceu por contra própria – e tudo pela tela de seu computador.
Realizado num formato conhecido como "desktop horror" ou "desktop film", na qual toda a ação acontece na tela de um computador, 'Buscando…' foi um sucesso de público e de crítica, com mais de US$ 75 milhões nas bilheterias e uma avaliação positiva de 92% no Rotten Tomatoes. A sequência foi escrita e dirigida por Nicholas D. Johnson e Will Merrick, que trabalharam como editores no longa de 2018, e atingiu 87% de aprovação.
| 'DUAS BRUXAS - A HERANÇA DIABÓLICA' |
O terror independente acompanha a passagem do legado maligno entre uma avó bruxa para sua neta e as terríveis consequências para as pessoas que cruzarem seus caminhos. Inspirado em clássicos italianos do gênero, o longa de estreia do diretor Pierre Tsigaridis (que também escreveu, produziu, filmou, editou e fez a trilha sonora) foi premiado em festivais de cinema fantástico e atingiu 90% de aprovação no Rotten Tomatoes, com elogios para a estética retrô e o clima sinistro.
| 'BELAS PROMESSAS' |
O drama francês traz Isabelle Huppert ('Elle') como uma prefeita em fim de mandato que enfrenta um dilema. A trama se desenrola em torno de sua luta para salvar um bairro marcado pela insalubridade e pelos locatários abusivos. Mas quando ela é cotada a se tornar ministra, sua ambição põe em cheque todas as suas promessas. Elogiado pela atuação da estrela, bem como por sua crítica social, o filme de Thomas Kruithof ('Mecânica das Sombras') levanta questões éticas que encontram eco na política brasileira.
| 'CORAÇÃO DE PAI - SÃO JOSÉ' |
O documentário religioso busca entender quem era José de Nazaré, o pai de Jesus. O diretor espanhol Andrés Garrigó é especialista em produções do gênero, já tendo filmado 'Fátima, O Último Mistério' (2017) e 'Luz de Soledad' (2016) sobre a santa espanhola María Soledad Torres y Acosta, entre outros documentários católicos.
| 'RIO NEGRO' |
O documentário de Fernando Sousa ('Intolerâncias da Fé') não é sobre o afluente amazônico, mas sobre o mar de gente de origem africana na formação da cidade do Rio de Janeiro. A obra combina entrevistas e amplo material de arquivo para apresentar como a população negra forjou trajetórias individuais e laços comunitários para criar um Rio negro, em torno do projeto "civilizatório" das elites brancas.
| 'MURIBECA' |
Premiado no Festival Cine-PE, o documentário de Alcione Ferreira e Camilo Soares ('King Kong en Asunción') reflete o desaparecimento de um bairro: o Conjunto Habitacional Muribeca (em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco), transformado em uma verdadeira cidade fantasma, e a reação dos moradores diante da morte física de uma comunidade ainda viva na memória e nos sentimentos.