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D23: Estreia de mega evento da Disney em SP tem desorganização, filas e ações 'instagramáveis'

O evento destinado aos fãs do estúdio e cujo nome remete a 1923, ano de fundação da empresa do Mickey, debutou na América Latina após edições nos Estados Unidos e Japão; veja como foi

8 nov 2024 - 19h56
(atualizado em 9/11/2024 às 12h44)
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A estreia da D23 no Brasil parou a cidade de São Paulo nesta sexta-feira, 8. O evento destinado aos fãs da Disney e cujo nome remete a 1923, ano de fundação da empresa do Mickey, debutou na América Latina após edições nos Estados Unidos e Japão.

A intenção é concorrer com a CCXP, convenção anual de cultura pop, de formato similar e que neste ano será realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro na capital paulista, com a presença de astros internacionais.

Já pela manhã, perto do horário da abertura dos portões da Transamérica Expo Center, às 10h, era possível sentir o reflexo do trânsito intenso pela região da zona sul, lentidão amplificada pelas fortes chuvas que assolam a metrópole.

Na entrada, milhares de fãs esperaram ensopados pelo acesso ao centro de exposições, enquanto driblavam as poças d'água. Trajadas com fantasias de princesas, muitas mulheres tentavam proteger a maquiagem do rosto, que borrava de forma gradativa. As reclamações eram constantes.

Monica, funcionária pública de 60 anos, levou um tombo no trajeto para retirar a credencial. "Eu vim porque adoro a Disney, mas está bem desorganizado. Muita fila, sem sinalização. Demorei mais de uma hora para entrar", alegou.

Cerca de 15 mil pessoas circularam no pavilhão, que fica aberto até domingo, 10. O ingresso para um único dia chega a custar R$399,90.

Antônio, 45 anos, tem um canal sobre figuras de ação e também estava insatisfeito. "A entrada foi péssima, porque não tinha lugar pra estacionar. Fiquei uma hora na fila e mais uma hora para estacionar. Se você vai fazer um evento pra milhares de pessoas, você tem que estar preparado pra isso", disse.

Eduardo, 44 anos, acompanhado da mulher e dois filhos pequenos, passou pelo mesmo problema. "Bem difícil para chegar, todos os acessos congestionados, e os CETs encostados ao invés de estarem trabalhando", relatou.

Os estandes, responsáveis por representar as diversas marcas do grupo Disney, ficavam espalhados no enorme espaço, com atrações para todos os gostos. Da ópera espacial Star Wars aos sucessos animados da Pixar, como Toy Story e Carros; dos super-heróis da Marvel aos seres alados de Avatar, quase tudo estava lotado. A concorrência também foi grande pelo concurso de culinária na área dedicada à série O Urso e pelas gincanas esportivas da ESPN.

Enquanto sobrava diversidade de conteúdo, faltava organização. Filas quilométricas desgastaram diversos fãs. A recompensa, na maioria dos casos, era a oportunidade de tirar foto com bonecos, cosplayers e posar em cenários 'instagramáveis'.

As poucas opções de alimentação fast-food operavam com preços acima do normal. Um algodão doce custava R$ 32, e uma simples porção de pipoca, R$ 20. Alguns visitantes relataram mais de duas horas para comprar hambúrgueres e depois, tiveram que comer no chão pela falta de mesas. Em uma barraca de bebidas, um homem não conseguiu comprar um refrigerante por causa da falta de copos.

Além disso, o repórter do Estadão atestou uma prática que é, no mínimo, desrespeitosa junto aos consumidores. Para se alimentar, era necessário comprar e abastecer o crédito de um cartão da marca Yuzer. No entanto, os quiosques da área do boulevard alegavam não aceitar o pagamento com este card.

Como se isso não bastasse, na fila para acessar a ArenaD23, onde foram promovidas as próximas produções da Disney, uma enorme árvore ornamental caiu em cima de um grupo de jornalistas.

Animações dominam os anúncios exclusivos

"Finalmente esse evento chegou ao Brasil", vibrou um entusiasmado Otaviano Costa ao lado de Carol Moreira, dupla responsável por apresentar o painel principal da tarde. Eles subiram ao palco após um número musical do filme Mufasa, spin-off do live-action O Rei Leão (2019), e logo apresentaram Barry Jenkins, diretor do novo longa.

"Amo a paixão dos fãs brasileiros da Disney", disse o cineasta vencedor do Oscar por Moonlight (2016) antes de apresentar o trailer inédito da produção.

Em seguida, Otaviano confirmou que a nova versão do clássico Lilo & Stitch será lançada em 22 de maio de 2025. Outro remake live-action com lançamento fixado para o ano que vem foi A Branca de Neve, cuja protagonista Rachel Zegler gravou um vídeo exclusivo para introduzir as primeiras imagens divulgadas do filme.

Quem também apareceu por vídeo foi o ator Jared Leto, para anunciar o trailer de Tron: Ares, que chega em outubro de 2025.

Jonas Rivera, vice-presidente executivo da Pixar, deu as caras para divulgar as novas animações do famoso estúdio, que arrancaram as reações mais intensas da plateia: Elio, Saltadores, Toy Story 5 e Os Incríveis 3, além de exibir em primeira mão o episódio de estreia da série Produção de Sonhos, do universo de Divertida Mente, que chega ao Disney+ em dezembro. Ele também contou que o novo capítulo da franquia A Era do Gelo está em desenvolvimento.

Já na reta final dos anúncios, Jared Bush, o diretor de Zootopia 2, com lançamento em 2025, apareceu para exibir imagens do projeto e destacar que Shakira voltará a dublar a personagem Gazella.

Em seguida, o público pôde conferir o início de Moana 2, que estreia daqui três semanas, e ainda contemplar ao vivo a performance de uma das canções do filme na voz da cantora Any Gabrielly.

Na saída, mais aglomeração na busca por um carro de aplicativo. As pessoas se espremiam embaixo da área coberta para se proteger da garoa.

Patrícia, 39, estava com o marido e os filhos. "Valeu a pena pela possibilidade de conhecer um evento desses no Brasil ao invés de ir na Disney, de fato. Ir para os EUA com a família é bem caro", opinou.

Estadão
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