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Ex-Secretário da Cultura de Bolsonaro critica Fernanda Torres: "Não é vitória do Brasil"

Mario Frias afirmou que a conquista histórica da atriz no Globo de Ouro é "autobajulação de militantes radicais da esquerda mundial"

6 jan 2025 - 19h41
(atualizado às 19h53)
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Foto: Instagram/Mario Frias / Pipoca Moderna

Declarações polêmicas sobre premiação

O deputado federal Mario Frias (PL-SP), ex-secretário da Cultura do governo Bolsonaro, criticou nesta segunda-feira (6/1) a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, ocorrida no domingo (5/1). Em postagem na rede social X, ele afirmou que a conquista da atriz "não é uma vitória do Brasil", referindo-se à premiação como "autopromoção da elite artística global".

"Isso aí não é uma vitória do Brasil. O que temos ali é a autobajulação de militantes radicais da esquerda mundial, querendo dar ar de legitimidade a um filme que é uma peça de ficção e desinformação da esquerda brasileira", escreveu Frias.

Negacionismo histórico

Frias também negou a existência da ditadura militar no Brasil ao comentar "Ainda Estou Aqui". Segundo o parlamentar, o filme é uma tentativa de "distrair o imaginário popular com os perigos de uma ditadura inexistente".

O ex-secretário de Cultura também atacou políticos de direita que parabenizaram Fernanda Torres pela vitória. Ele afirmou que esses parlamentares estariam "emulando falso virtuosismo" e os chamou de "hipócritas tentando passar uma aura de moderação na ânsia de ter algum reconhecimento da elite esquerdista brasileira".

Boicote frustrado

Vale lembrar que bolsonaristas radicais tentaram organizar um boicote contra o filme em seu lançamento nos cinemas, mas "Ainda Estou Aqui" se tornou o maior sucesso do cinema brasileiro em 2024, com mais de 3 milhões de espectadores.

Fernanda Torres foi a primeira brasileira a conquistar o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama. A vitória veio pelo papel de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado, torturado e assassinado pelo regime militar. O filme dirigido por Walter Salles é inspirado na história real de Eunice, que dedicou sua vida a esclarecer o desaparecimento do marido durante a ditadura.

Vibração de Lula

Em contraste com os ataques do ex-secretário de Bolsonaro, o governo Lula vibrou com a vitória de Fernanda Torres, a começar pelo próprio presidente da República, que a chamou de "orgulho do Brasil".

O presidente se juntou às homenagens à atriz em seu perfil no X. "Emocionante. Fernanda Torres é orgulho do Brasil. Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro pela sua grande atuação no filme 'Ainda Estou Aqui'. Como ela mesma diz: a vida vale. Parabéns, Fernanda Torres", escreveu Luiz Inácio Lula da Silva.

Margareth Menezes, atual Ministra da Cultura, também celebrou: "Viva a Fernanda Torres, parabéns maravilhosa! O Brasil festeja essa conquista como um presente. Parabéns a todo elenco e equipe desse filme tão necessário. Parabéns ao Walter Salles, 'Ainda Estou Aqui' é uma história real de um momento perverso da nossa história que precisamos encarrar e resolver. Viva Fernanda Montenegro, estrela mãe, viva Selton Mello, viva o cinema nacional".

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