Festival de Berlim anuncia mais 8 filmes da sua mostra não competitiva
Entre os filmes que serão apresentados na Berlinale Special está 'A Melhor Mãe do Mundo', da brasileira Anna Muylaert
O Festival de Cinema de Berlim anunciou nesta quinta-feira, 16, mais oito filmes que farão parte da Berlinale Special, mostra não competitiva do evento que acontecerá entre 13 e 23 de fevereiro. A Berlinale Special exibirá um total de 21 filmes: os primeiros quatro foram revelados em dezembro, agora foram anunciados mais oito, e os filmes restantes serão divulgados no dia 21 de janeiro.
Na lista divulgada nesta quinta-feira, está A Melhor Mãe do Mundo, novo filme da brasileira Anna Muylaert, estrelado por Shirley Cruz e Seu Jorge.
Outro que se passa em um hospital é o curta-metragem Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho. O filme acompanha um drama familiar com duas irmãs e um padrasto recém-chegado, forçados a passar uma noite na sala de espera de um hospital. Enquanto enfrentam seus próprios conflitos, tornam-se testemunhas do caos social ao redor.
Já a série De menor, de Caru Alves de Souza, revela como o sistema de justiça no Brasil pode cometer injustiças contra jovens carentes. Na série, seis jovens atores apresentam histórias de diferentes gêneros em um palco de teatro.
O quarto brasileiro a concorrer na mostra Generation é o documentário Hora do Recreio, de Lúcia Murat, que concorre no Festival pela terceira vez. Partindo de uma pesquisa realizada com professores da rede pública, o projeto une debates com os alunos em sala de aula - sobre os temas evasão escolar, racismo, tráfico de drogas, bala perdida, feminicídio e gravidez precoce - com performances ficcionais.
Cartas do Absurdo, de Gabraz Sanna, e Zizi (ou oração da jaca fabulosa), de Felipe M. Bragança, terão as suas estreias mundiais no Forum Expanded, que busca novas perspectivas para ajudar a compreender o cinema e como ele se relaciona com o mundo de novas maneiras. Cartas do Absurdo trata dos efeitos do genocídio dos povos indígenas no Brasil. Já Zizi conta a história de uma família da periferia do Rio de Janeiro, por meio das memórias de um quintal, de uma árvore gigante e da mulher que a plantou.
Encerrando a lista de brasileiros já divulgados no Festival de Berlim, Ato noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, participa do Panorama, mostra que reúne filmes queer, feministas e políticos. No filme, um ator e um político iniciam um romance secreto e, juntos, exploram o fetiche por fazer sexo em locais públicos.
O Festival vai apresentar ainda uma cópia digital restaurada do filme Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, de 1975. Na trama, uma jovem indígena deixa a aldeia para ir para a cidade. O filme evidencia que árvores, animais e pessoas já eram destruídos pelo capitalismo extrativista 50 anos atrás.