Filme brasileiro "O Último Azul" vai competir no Festival de Berlim
Produção de Gabriel Mascaro é destaque em uma das mostras mais importantes do cinema internacional
Brasil volta à competição principal
"O Último Azul", dirigido por Gabriel Mascaro, foi selecionado para a mostra competitiva da 75ª edição do Festival de Berlim, que ocorrerá entre os dias 13 e 23 de fevereiro. A escolha marca o retorno do Brasil à principal categoria do evento, após a última participação em 2020 com "Todos os Mortos" e "Meu Nome é Bagdá".
Com Denise Weinberg e Rodrigo Santoro no elenco, o longa aborda a história de Tereza, uma idosa de 77 anos que vive em uma cidade industrial na Amazônia. Convocada pelo governo, ela é obrigada a se mudar para uma colônia habitacional destinada a idosos, sob a justificativa de liberar os jovens para atividades produtivas.
Declaração de Rodrigo Santoro
Rodrigo Santoro celebrou a seleção do filme em nota à imprensa. "A seleção de 'O Último Azul' para a competição principal de Berlim só reforça o quanto o Brasil é capaz de produzir um cinema forte, profundo e competitivo. É emocionante ver o cinema independente chegando tão longe, feito com garra e talento — muitas vezes, com muito pouco. Sigo acreditando nesse cinema desde 'Bicho de Sete Cabeças'", afirmou.
Histórico brasileiro no festival
O Brasil já conquistou o Urso de Ouro em duas ocasiões: com "Central do Brasil", de Walter Salles, em 1998, e "Tropa de Elite", de José Padilha, em 2008. Fernanda Montenegro também foi premiada como melhor atriz por sua atuação em "Central do Brasil".
Além de "O Último Azul", outra produção brasileira será exibida em Berlim. "A Melhor Mãe do Mundo", de Anna Muylaert, integra a mostra Berlinale Special, que não é competitiva.
Presença de grandes nomes
Entre os concorrentes ao Urso de Ouro estão filmes como "Blue Moon", de Richard Linklater (EUA/Irlanda), "Sonhos", de Michel Franco (México), "Girls on Wire", de Vivian Qu (China), "La Tour de Glace", de Lucile Hadžihalilović (França/Alemanha), além de "Geu Jayeoni Nege Mworago Hani", de Hong Sang-soo (Coreia do Sul), "Hot Milk", de Rebecca Lenkiewicz (Reino Unido), e "Timestamp", de Kateryna Gornostai (Ucrânia/Luxemburgo/Holanda/França). A competição deste ano reúne produções de diversos países, destacando a amplitude cultural e artística do evento.
O júri será presidido pelo cineasta americano Todd Haynes ("Segredos de um Escândalo"). Além disso, o festival deste ano homenageará Tilda Swinton ("O Quarto ao Lado") com um Urso de Ouro honorário por sua contribuição ao cinema. "A amplitude do trabalho de Tilda Swinton é impressionante", afirmou Tricia Tuttle, diretora do festival, destacando o impacto e a importância da atriz no cinema contemporâneo.