Globo é criticada por escalar Maria Beltrão para cobertura do Oscar 2025; entenda polêmica
Pai de apresentadora foi ministro do regime militar e um dos signatários do AI-5
Como é de costume desde 2006, a jornalista Maria Beltrão será a responsável pela apresentação do Oscar na Rede Globo. Em 2025, no entanto, a escalação da apresentadora foi bastante criticada por internautas nas redes sociais. O incômodo ocorre por conta do passado do pai de Maria — Hélio Beltrão.
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O economista foi ministro nos governos de João Figueiredo e Costa e Silva e, em 1968, foi um dos signatários do Ato Institucional nº 5, o AI-5, medida governamental que endureceu o regime militar e restringiu as liberdades civis no Brasil. Ele morreu em 1997, aos 81 anos, vítima de insuficiência respiratória.
Em um ano onde o longa brasileiro Ainda Estou Aqui, que conta a história de vítimas da ditadura militar, foi indicado a três categorias — Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional —, a manutenção de Maria Beltrão no cargo de apresentadora foi bastante criticada pela internet.
"Mesmo que a Maria Beltrão, que é um doce, não seja responsável pelas ações de seu pai, a decisão da Globo é de uma insensibilidade histórica tão gigantesca", afirmou uma usuária do X, o antigo Twitter. "Não, não é de bom-tom", concordou outra internauta.
Apesar das críticas, houve aqueles que defendessem o trabalho de Beltrão. "A Globo poderia evitar a saia justa? Sim", ponderou um internauta. "A tentativa de anular indivíduo por pertencimento a clã parental é digna de totalitarismos", argumentou.
Outro usuário elogiou a apresentação de Beltrão nos últimos anos e destacou a "visão de mundo democrática" da jornalista. "Ela é ela, não se confunde com familiar nenhum", reforçou. Por fim, outros internautas também destacaram que a própria Globo teve envolvimento com o regime militar brasileiro.
