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Glynis Johns, mãe feminista de "Mary Poppins", morre aos 100 anos

Atriz morreu de causas naturais em Los Angeles

4 jan 2024 - 23h02
(atualizado em 5/1/2024 às 09h19)
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Glynis Johns, de "Mary Poppins"
Glynis Johns, de "Mary Poppins"
Foto: Redação Entre Telas

A atriz Glynis Johns, conhecida por seu papel como a mãe feminista de "Mary Poppins", morreu nesta quinta (4) aos 100 anos. Segundo seu agente, ela faleceu de causas naturais em uma casa de repouso assistido em West Hollywood, na grande Los Angeles.

 

Início de carreira

Nascida em 5 de outubro de 1923 em Pretoria, África do Sul, Johns iniciou sua carreira em competições de dança na Inglaterra, aos 10 anos. Sua estreia no cinema aconteceu aos 13 anos, no drama inglês "Abnegação" (1938). Já a consagração no teatro veio aos 19, ao interpretar o papel principal em "Peter Pan" numa montagem londrina da fábula de J.M. Barrie.

A atriz se tornou protagonista de cinema aos 23 anos, ao viver o papel-título do filme "Miranda, a Sereia" (1948), de Ken Annakin, que foi seguido por protagonismos em "Segredo de Estado" (1950), de Sidney Gilliat, "Na Estrada do Céu" (1951), de Henry Koster, e nas comédias "Ação Fulminante" (1951), como par romântico de David Niven, e "Às Voltas com 3 Mulheres" (1952), disputando Alec Guinness.

Sucesso em Hollywood

Johns chamou atenção de Hollywood e se tornou estrela de dois famosos filmes de aventura da Disney em 1953: "Entre a Espada e a Rosa", novamente dirigida por Ken Annakin, e "O Grande Rebelde" (Rob Roy), de Harold French. Ela também protagonizou a comédia medieval da Paramount "O Bobo da Corte" (1955), ao lado de Danny Kaye, e a aventura épica "A Volta ao Mundo em 80 Dias" (1956), que venceu cinco Oscars, enquanto mantinha uma carreira ativa no Reino Unido; sua parceria com Ken Annakin seguiu forte com o drama "Terra da Sedução" (1954) e a comédia "Lua de Mel em Monte Carlo" (1956).

Seu talento multifacetado a levou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em "Peregrino da Esperança" (1960), de Fred Zinnemann, um drama sobre a colonização australiana. Mas seu maior reconhecimento veio com o papel da Sra. Banks em "Mary Poppins" (1964), a mãe feminista das crianças cuidadas pela babá mágica do título (vivida por Julie Andrews). Sua atuação memorável, especialmente na interpretação da canção "Sister Suffragette", consolidou sua posição como uma atriz carismática e querida do público da Disney.

Glynis ainda obteve sucesso com as comédias "O Estado Interessante de Papai" (1963), ao lado de Jackie Gleason, e "Minha Querida Brigitte" (1965), como a mãe de um menino (Billy Mumy, de "Perdidos no Espaço") obcecado pela estrela francesa Brigitte Bardot. Além disso, teve um papel recorrente memorável na popular série "Batman", aparecendo em quatro episódios como Lady Penelope Peasoup em 1967.

Entretanto, ao final dos anos 1960 as produções ingênuas que ela costumava estrelar começaram a sair de moda e suas tentativas de embarcar na onda dos filmes mais picantes - "Por um Corpo de Mulher" (1968), "As Virgens Impacientes" (1969) e "Sob o Bosque de Leite" (1971), este com Richard Burton e Elizabeth Taylor - não foram tão bem sucedidas.

Consagração no teatro e final da carreira

Voltando-se ao teatro, a atriz ganhou o Tony Award por sua atuação no musical da Broadway "A Little Night Music" em 1973. Esta atuação foi particularmente notável porque incluiu a interpretação de "Send in the Clowns", música escrita especificamente para ela por Stephen Sondheim.

A artista eguiu fazendo apresentações teatrais, filmes e participações televisivas pelas décadas seguintes. Uma de suas participações mais famosas na TV foi como a mãe de Diane Chambers (Shelley Long), protagonista de "Cheers", num episódio de 1983.

Figura constante nas telas até o final do século 20, ela se aposentou após as comédias "O Árbitro" (1994), "Enquanto Você Dormia" (1995) e "Superstar: Despenca uma Estrela" (1999), em que viveu mãe e avó dos protagonistas.

Glynnis Johns se casou quatro vezes e teve um único filho, o ator Gareth Forwood ("Gandhi"), que morreu em 2007. Ela deixa um neto e três bisnetos.

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